Crise política em Rondônia: Sérgio Gonçalves denuncia perseguições e confirma articulações para o TCE
Vice-governador acusa assessores do governador de orquestrarem trama para sua destruição política e reforça pré-candidatura ao governo em 2026
Em um pronunciamento de 40 minutos transmitido ao vivo em suas redes sociais na noite de quinta-feira (10), o vice-governador de Rondônia, Sérgio Gonçalves (União Brasil), trouxe à tona uma crise política que abala o governo estadual. Durante a fala, Gonçalves denunciou o que classificou como uma "trama" para destruí-lo politicamente, afirmando que os ataques contra ele e sua família começaram após recusar conversas sobre uma possível indicação ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-RO). "Não quero conflito, mas também não fujo dele. Vou me defender dos ataques", declarou o vice-governador, em um tom firme e emotivo. A manobra havia sido divulgada com exclusividade por PAIEL POLÍTICO em 7 de maio deste ano.
Reviravolta no CPA: Rocha quer Sérgio Gonçalves no TCE e Redano no governo
O cenário político de Rondônia para as eleições de 2026 está sendo desenhado com precisão cirúrgica, e no centro dessa estratégia está o governador Marcos Rocha (União Brasil). A ideia, concebida por Rocha, envolve uma articulação ousada para posicionar seu vice-governador,
Exoneração surpresa e crise pública
A crise ganhou destaque nacional após o governador Marcos Rocha (União Brasil) anunciar, ao vivo, no programa "Alerta RO" da Rema TV, na segunda-feira (7), a exoneração de Gonçalves do cargo de secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico (SEDEC). A decisão, formalizada no Diário Oficial do Estado na mesma data, pegou o vice-governador de surpresa. "Soube da minha demissão por um canal de televisão", revelou Gonçalves, destacando a falta de comunicação direta por parte do governador.
Marcos Rocha exonera vice-governador Sérgio Gonçalves da Sedec em meio a crise política
O governador de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), anunciou na segunda-feira (7) a exoneração do vice-governador Sérgio Gonçalves do cargo de secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico (Sedec). A decisão, publicada em edição suplementar do Diário Oficial do Estado, foi formalizada após uma entrevista ao programa “Alerta RO”, da Rema TV,
Apesar de exonerado da SEDEC, onde atuou por dois anos e meio, Sérgio Gonçalves mantém sua estrutura institucional como vice-governador, com um pequeno gabinete no Palácio Rio Madeira, sede do governo estadual. A exoneração foi seguida pela nomeação do advogado Lauro Fernandes, ex-diretor técnico-operacional da Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (Caerd), como novo titular da pasta.
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Embates políticos e a Emenda Constitucional
O rompimento entre Marcos Rocha e Sérgio Gonçalves intensificou-se nos últimos meses, agravado pela aprovação de uma emenda à Constituição estadual pela Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE-RO) em 17 de junho. A medida permite que o governador continue exercendo suas funções mesmo estando fora do estado, utilizando meios digitais, o que, segundo Gonçalves, esvazia as atribuições do vice-governador. O vice tentou reverter a emenda no Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO), mas a ação foi indeferida por questões processuais. "Não estou atrás de poder, mas defendo a Constituição", afirmou Gonçalves, reforçando seu compromisso com a legalidade.
A tensão no Executivo estadual ganhou novos contornos após a exoneração de Júnior Gonçalves, irmão de Sérgio, da chefia da Casa Civil em fevereiro. Júnior denunciou, em coletiva de imprensa, a existência de um suposto esquema de espionagem política coordenado pela Casa Civil, com envolvimento de agentes da Polícia Civil, visando beneficiar uma possível candidatura de Marcos Rocha ao Senado em 2026. As acusações, endossadas por Sérgio, ampliaram o racha no governo.
Defesa da família e legado
Durante o pronunciamento, Sérgio Gonçalves defendeu o legado de sua família, destacando a trajetória de seu pai, José Gonçalves, de 80 anos, que dedicou 45 anos ao setor de supermercados em Rondônia. "É justo chamar nossa família de falida? Mais de 2 mil famílias tiveram empregos ao longo dos anos graças ao trabalho do meu pai", disse, emocionado. Ele classificou José como um "bandeirante" que contribuiu para o desenvolvimento do estado, merecedor de reconhecimento público.
"Gente que tirei do buraco, que estava falido"; em discurso, Marcos Rocha acusa vice governador de traição
O governador de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), protagonizou um momento de forte tensão política ao acusar seu vice-governador, Sérgio Gonçalves, de traição durante um discurso em Guajará-Mirim, no último fim de semana. A fala, que repercutiu intensamente nas redes sociais e na imprensa local, foi motivada por acontecimentos relacionados à recent…
Gonçalves também criticou ataques pessoais que, segundo ele, visam desqualificar sua família. "A empresa pode falir, mas pessoas têm o direito de recomeçar. Meu pai sacrificou sua juventude por Rondônia", afirmou, em um apelo por justiça e respeito à história familiar.
Resultados na SEDEC e crescimento econômico
O vice-governador fez questão de destacar os resultados alcançados à frente da SEDEC, onde liderou iniciativas que movimentaram mais de R$ 300 milhões em projetos. Ele celebrou a projeção de crescimento do PIB de Rondônia para 2025, estimado em 4,7%, equiparável ao do Mato Grosso e superior a 26 estados brasileiros. "Rondônia está entre os líderes nacionais em crescimento econômico", afirmou, atribuindo o sucesso ao trabalho conjunto com servidores da pasta. Além disso, mencionou o programa de crédito para micros e pequenos negócios, que injetou mais de R$ 230 milhões na economia local, fortalecendo o empreendedorismo no estado.
Críticas ao governador e pré-candidatura
Embora tenha expressado gratidão a Marcos Rocha por sua nomeação à SEDEC, Gonçalves não poupou críticas ao governador e seu entorno. "Sei que o governador é um homem de Deus, mas muitos homens de Deus se perderam em suas decisões. Oro para que Deus tire as escamas de seus olhos", declarou, sugerindo que Rocha está sendo influenciado por assessores que promovem divisões. Ele acusou esses assessores de orquestrarem uma "trama evidente" para inviabilizá-lo politicamente, especialmente para impedi-lo de assumir o governo em abril de 2026, quando Rocha pode renunciar para concorrer ao Senado.
Gonçalves reafirmou sua pré-candidatura ao governo de Rondônia em 2026, prometendo manter a população informada sobre os "acontecimentos palacianos". A movimentação política do vice-governador ocorre em um cenário de reconfiguração eleitoral, com nomes como o senador Marcos Rogério (PL), apoiado por Jair Bolsonaro, e o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, também cotados para a disputa.
Impactos no cenário eleitoral
A crise política em Rondônia tem potencial para redesenhar o tabuleiro eleitoral do estado. Analistas apontam que o rompimento entre Rocha e Gonçalves pode fragmentar a base aliada do União Brasil, enquanto a possível cassação do vice-governador, discutida nos bastidores da ALE-RO, poderia abrir caminho para o presidente da Assembleia, Alex Redano, assumir o governo interinamente, fortalecendo sua posição para 2026. No entanto, não há indícios de irregularidades que justifiquem um processo de impeachment contra Marcos Rocha. Na última quita-feira, o deputado Alex Redano afirmou que ‘não existe nenhum movimento para cassar o governador ou o vice por parte da Assembleia'.
A postura de Gonçalves, que optou pelo silêncio inicial após a exoneração, mas agora se posiciona publicamente, sinaliza uma estratégia de enfrentamento. Em suas redes sociais, ele postou um vídeo com a bandeira de Rondônia, reforçando sua lealdade à Constituição estadual e seu compromisso com o estado.
Contexto político e perspectivas
O conflito entre Marcos Rocha e Sérgio Gonçalves reflete um momento de instabilidade no Executivo rondoniense, agravado por articulações para as eleições de 2026. Enquanto Rocha planeja uma candidatura ao Senado, Gonçalves busca consolidar sua pré-candidatura ao governo, enfrentando resistências dentro do próprio governo. A crise também expõe tensões com o Partido Liberal (PL), liderado em Rondónia pelo senador Marcos Rogério, que foi derrotado por Rocha em 2022 e agora se posiciona como forte concorrente. O PL, comandado por Rogério, ingressou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a emenda que esvaziou os poderes do vice-governador.
Marcos Rogério sai em defesa de vice-governador de Rondônia e inicia novo capítulo na crise política do Estado
A crise política em Rondônia, iniciada ano passado entre o governador Marcos Rocha e os irmãos Júnior e Sérgio Gonçalves ganhou mais um personagem, o senador Marcos Rogério (PL).
A situação em Rondônia ecoa movimentações políticas em outros estados, como o Rio de Janeiro, onde crises entre governadores e vices também reorganizam o cenário sucessório. A indicação de vices para Tribunais de Contas, como especulado em Rondônia e no Rio, é vista como uma estratégia para abrir espaço a aliados, mas enfrenta resistências e contestações judiciais.
Com o agravamento da crise, os próximos meses serão decisivos para definir os rumos políticos de Rondônia. A postura de Sérgio Gonçalves, que combina defesa de sua trajetória, críticas ao governo e projeção de sua candidatura, indica que a disputa pelo comando do estado já começou, mesmo a mais de um ano das eleições.
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