Crise no INSS leva PDT a romper com governo Lula
Escândalo de fraudes bilionárias em descontos de benefícios provoca reviravolta política e saída do partido da base aliada
Na última sexta-feira (2), o Brasil foi sacudido por mais um capítulo de instabilidade política com a demissão do então ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, em meio a um escândalo de fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A crise, desencadeada pela operação Sem Desconto, da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU), revelou descontos irregulares de mensalidades associativas em aposentadorias e pensões, totalizando R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. A gravidade do caso não apenas custou o cargo de Lupi, mas também levou o PDT, seu partido, a anunciar, nesta terça-feira (6), a saída da base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, adotando uma postura independente no Congresso.
A decisão do PDT, que conta com 17 deputados federais e três senadores, foi tomada após uma reunião tensa dos parlamentares do partido. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a gota d’água para o rompimento foi a condução do caso por Lula, que demitiu o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, alvo da operação da PF, e indicou Wolney Queiroz para o Ministério da Previdência sem consultar o partido.
Lupi, que discordava da demissão de Stefanutto, acabou deixando o cargo em um movimento que expôs fissuras na relação entre o PDT e o governo. Apesar do rompimento, o partido afirmou que não adotará uma postura de oposição, mantendo apoio a pautas alinhadas à centro-esquerda.
A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, planeja se reunir com a sigla nos próximos dias na tentativa de reverter a decisão, mas o cenário político segue incerto. O PDT, que nas eleições de 2022 viu seu candidato Ciro Gomes amargar o quarto lugar com apenas 3% dos votos, já sinaliza a intenção de lançar um nome próprio para a disputa presidencial de 2026, reforçando sua busca por independência.
Fraudes bilionárias no INSS: O epicentro da crise
A operação Sem Desconto expôs um esquema de corrupção que lesou aposentados e pensionistas do INSS em R$ 6,3 bilhões. As investigações apontaram que, entre 2019 e 2024, mensalidades associativas não autorizadas foram descontadas diretamente dos benefícios, envolvendo 11 entidades. O caso gerou tamanha repercussão que o governo federal suspendeu todos os acordos que permitiam descontos de serviços como academias, convênios e planos de saúde nos benefícios do INSS.
A gravidade do escândalo culminou na saída de Carlos Lupi do Ministério da Previdência, com Wolney Queiroz, então secretário-executivo da pasta, sendo escolhido por Lula para assumir o comando. A operação da PF e da CGU continua investigando os responsáveis, mas o impacto político já é sentido, com o PDT redefinindo sua posição no tabuleiro político nacional.
O rompimento do PDT com o governo Lula marca um momento crítico para a base aliada, que enfrenta desafios para manter a coesão em um Congresso fragmentado. Enquanto o Planalto tenta apagar o incêndio, o Brasil acompanha os desdobramentos de um escândalo que expôs fragilidades na gestão dos benefícios previdenciários e abalou a confiança em instituições públicas.
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