Confúcio Moura é o melhor nome do centro-esquerda para governo de Rondônia em 2026
Senador do MDB pode se posicionar como candidato de centro em cenário polarizado, com chances reais de vitória, enquanto Acir Gurgacz aguarda reforma eleitoral para disputa ao Senado
O senador Confúcio Moura (MDB-RO) tem avaliado, de forma discreta, a possibilidade de concorrer ao governo de Rondônia, sediado no Palácio Rio Madeira, nas eleições de 2026. Em um cenário político marcado pela polarização, Moura pode se beneficiar de sua posição como figura de centro, atraindo eleitores de espectros variados, incluindo a esquerda e aqueles que rejeitam o bolsonarismo e a direita. Segundo informações de bastidores, o ex-governador por dois mandatos (2011-2018) enxerga na fragmentação da direita uma oportunidade para consolidar sua candidatura e alcançar a vitória.
De acordo com sondagens recentes, como a publicada pela Paraná Pesquisas em abril de 2025, Confúcio Moura registra entre 12% e 16% das intenções de voto para sua reeleição ao Senado. No entanto, quando considerado para o governo estadual, seu potencial de voto salta para cerca de 30% no primeiro turno. Em um eventual segundo turno, dependendo do adversário, Moura teria chances reais de vencer, especialmente por sua capacidade de atrair eleitores que buscam uma alternativa à polarização entre direita e esquerda. A pesquisa aponta ainda que nomes como o senador Marcos Rogério (PL), o vice-governador Sérgio Gonçalves (União Brasil) e o ex-deputado federal Fernando Máximo (União Brasil) dividem o eleitorado de direita, o que fragmenta os votos desse campo e beneficia Moura.
Centro como diferencial estratégico
A força de Confúcio Moura reside em sua habilidade de dialogar com diferentes espectros políticos. Como único candidato de centro no cenário atual, ele pode captar votos tanto da esquerda, que não tem um nome competitivo em Rondônia, quanto de eleitores moderados que rejeitam o discurso mais radical associado ao bolsonarismo. Em pronunciamento no Senado em outubro de 2024, Moura destacou a preferência do eleitorado por candidaturas de centro, apontando que a eleição municipal de 2024 demonstrou o cansaço da população com a radicalização política. Ele defendeu um "pacto nacional" em prol de pautas como educação e saneamento básico, o que reforça sua imagem de conciliador.
A esquerda, liderada pelo PT, enfrenta dificuldades para emplacar candidaturas competitivas em Rondônia. A ex-senadora Fátima Cleide (PT), atual secretária no Ministério das Mulheres, aparece com apenas 10,1% nas intenções de voto para o Senado, segundo a Paraná Pesquisas, o que indica a fragilidade do partido no estado. Nesse contexto, o PT pode optar por apoiar Moura, especialmente por sua trajetória de diálogo com a legenda durante seus mandatos como governador. Um aliado histórico do PT, o ex-senador Acir Gurgacz (PDT), também é cotado para disputar o Senado, caso esteja elegível, o que poderia consolidar uma aliança estratégica entre Moura e setores da esquerda.
Acir Gurgacz e a reforma eleitoral
Acir Gurgacz, que já foi senador por Rondônia e prefeito de Ji-Paraná, aguarda o desfecho da reforma eleitoral em tramitação no Congresso para confirmar sua elegibilidade em 2026. A reforma, que pode alterar regras de inelegibilidade e financiamento de campanhas, é vista como crucial para sua candidatura ao Senado. Caso aprovada nos termos atuais, Gurgacz poderia voltar ao páreo, fortalecendo a chapa com Moura e atraindo apoio de partidos de esquerda, como o PT, que buscam se manter relevantes no estado.
Gurgacz, que obteve apenas 8% das intenções de voto para o Senado na pesquisa da Paraná Pesquisas, enfrenta desafios judiciais, mas sua experiência política e base eleitoral em Ji-Paraná ainda o mantêm como um nome competitivo. Uma aliança com Moura seria vantajosa para ambos, já que o MDB e o PDT têm histórico de colaboração em Rondônia, e a esquerda poderia se unir em torno de uma chapa que combine moderação e experiência.
A fragmentação da direita
O cenário político rondoniense para 2026 é marcado pela pulverização de candidaturas de direita. Marcos Rogério (PL), que lidera as intenções de voto para o Senado com 43,8%, é um nome forte, mas sua eventual candidatura ao governo estadual, como ocorreu em 2022, pode abrir espaço para outros concorrentes. O atual governador Marcos Rocha (União Brasil), que não pode buscar a reeleição, também aparece com 35,4% para o Senado, enquanto Sérgio Gonçalves, vice-governador, tem apenas 2,6% para o governo, indicando pouca tração eleitoral. Fernando Máximo, que investe fortemente em redes sociais, sinaliza interesse no Senado, mas ainda não desponta como favorito
Essa divisão de votos entre nomes como Marcos Rogério, Sérgio Gonçalves, Fernando Máximo e outros, como a deputada federal Sílvia Cristina (PP), favorece Moura. Ivo Cassol, por exemplo, lidera as intenções de voto para o governo com 29,8% em cenários sem Marcos Rogério, mas enfrenta questões judiciais que podem limitar sua participação. Sílvia Cristina, com 17,4% para o Senado, tem crescido com base em seu trabalho na área de saúde, mas ainda não ameaça os líderes.
Obras federais e musculatura política
Confúcio Moura tem monitorado de perto os avanços das obras do governo federal em Rondônia, que podem dar mais visibilidade à sua candidatura. Durante seu pronunciamento no Senado, ele elogiou o governo Lula por ações como a quadruplicação do orçamento do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a retomada de construções habitacionais em Ji-Paraná e o aumento de crédito para a agricultura familiar e o agronegócio. Essas iniciativas podem fortalecer sua imagem como um político alinhado a resultados concretos, especialmente em um estado onde o agronegócio e a infraestrutura são pautas centrais.
Além disso, Moura tem se posicionado como um crítico da radicalização política, o que pode atrair eleitores cansados do embate entre bolsonaristas e petistas. Posts nas redes sociais, como o de @jmsfazendas, reforçam a percepção de que Moura é visto como alinhado ao governo Lula, o que pode consolidar sua aproximação com a esquerda.
Desafios e estratégias
Apesar das vantagens, Moura enfrenta desafios. A polarização política pode dificultar a consolidação de sua imagem como candidato de centro, especialmente se a direita unificar seu apoio em torno de um único nome. Além disso, a popularidade de Marcos Rogério, amplificada por sua atuação na CPI da Covid e sua proximidade com Jair Bolsonaro, representa uma ameaça significativa. Sérgio Gonçalves, por sua vez, pode ganhar força ao assumir o governo interinamente, caso Marcos Rocha se licencie para concorrer ao Senado.
Para superar esses obstáculos, Moura precisará intensificar sua presença nas redes sociais e em comunidades locais, seguindo o exemplo de candidatos como Fernando Máximo e Sílvia Cristina, que têm apostado no engajamento digital. Sua experiência como governador, marcada por investimentos em educação e infraestrutura, será um trunfo, mas ele precisará comunicar esses resultados de forma eficaz para reconquistar o eleitorado.
Cenário em aberto
O tabuleiro político de Rondônia para 2026 está em formação, com alianças ainda incertas e questões judiciais que podem redefinir os candidatos. A possibilidade de Confúcio Moura disputar o Palácio Rio Madeira traz um novo fôlego à corrida eleitoral, especialmente por sua capacidade de unir diferentes grupos políticos. Enquanto Acir Gurgacz aguarda a reforma eleitoral, a esquerda busca se reposicionar, e a direita enfrenta a fragmentação, Moura pode emergir como uma alternativa viável para liderar o estado.
O cenário, no entanto, é dinâmico. As movimentações políticas nos próximos meses, incluindo o desfecho da reforma eleitoral e o desempenho do governo Lula em Rondônia, serão decisivos para definir o futuro de Moura e de seus aliados. Por enquanto, o senador mantém a cautela, evitando declarações públicas sobre sua candidatura, mas já trabalha nos bastidores para construir uma base sólida para 2026.
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