Coluna - Como o assassinato de um advogado 'ressuscitou' Haroldinho, filho do ex-deputado Haroldo Santos
E ainda, MP encaminha recomendação sobre contratos de publicidade oficial; Discurso de Lula na ONU enterra sabotagem bolsonarista e União Brasil pode esvaziar se denúncias contra Rueda se confirmarem
Notícias policiais
Chamou a atenção dos editores de sites e demais mídias eletrônicas, um ponto que gerou certa apreensão, o item que diz, “declaração formal de que o veículo não publica, veicula ou patrocina conteúdos de natureza violenta, discriminatória, ilícita ou atentatória à ordem pública e aos direitos fundamentais". Para alguns editores, isso excluiria os noticiosos que divulgam matérias policiais. Mas não é bem assim. Jornais eletrônicos publicam e divulgam reportagens policiais como serviço público, agora realmente não dá para fazer disso uma ‘especialidade', por conta de inúmeras restrições e determinações que existem. O chamado ‘jornalismo mundo cão', não é informativo, trata-se de curiosidade mórbida apenas.
A nova normativa
Não é excludente, ela apenas segue as regras que já existem, e estão no contrato entre veículos e agências. Agora, uma opinião pessoal, longe de mim querer julgar o trabalho de qualquer colega, mas o noticiário policial puro e simples serve apenas para ampliar sensação de insegurança e criar um ambiente que não informa, é sensacionalismo. Precisamos mudar a cultura informativa, temas policiais relevantes são importantes, mas fazer do ‘mundo cão’ um cotidiano informativo não é interessante. Apesar de gerar audiência, é bom lembrar que a cultura muda, em passado recente tínhamos gente pelada nos programas dominicais, e isso acabou, ou pelo menos reduziu sensivelmente. A mídia precisa informar e educar, e não ficar incitando ódio e dando audiência para bandidos e assassinos. Repito, trata-se de uma opinião pessoal e nada contra quem faz o trabalho de ‘reportagem policial', eu mesmo quando trabalhava em televisão, amanhecia em portas de delegacias para produzir reportagens.
Falando em mídia oficial
O Ministério Público encaminhou ao governo de Rondônia uma recomendação ainda mais rígida para o recebimento de mídia oficial, inclusive a ‘suspensão imediata de contratos e pagamentos para veículos que não atendam critérios técnicos ou com indícios de fraudes nos acessos’ e ainda a ‘publicação no portal da Transparência a lista de veículos que recebem, quanto recebem e os critérios de contratação e os resultados alcançados com as campanhas institucionais veiculadas'. A Secom foi notificada na última sexta-feira.
Alguns links importantes desta terça-feira…
Tiro no pé
A deputada federal Silvia Cristina, talvez por determinação de sua legenda, deu um tiro no pé ao votar SIM na PEC da Blindagem, que prevê a absoluta impunidade aos parlamentares que cometerem quaisquer tipos de crimes, enquanto estiverem no mandato. O argumento que ‘a Casa resolve' já se sabe que não funciona, e exemplos não faltam. Silvia estava indo bem em seu mandato sem se meter em questões ideológicas alopradas, mas esse voto pode lhe custar a eleição ao Senado. De norte a sul do país, incluindo até mesmo bolsonaristas menos radicais, a PEC é um péssimo exemplo. E não vai prosperar.
No Senado
O senador Confúcio Moura (MDB-RO) se posicionou de forma firme contra a PEC da Blindagem, aprovada na Câmara dos Deputados. A proposta será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado nesta próxima quarta-feira (24), mas já enfrenta forte resistência. Confúcio deixou claro que não haverá espaço para a aprovação no Senado: “Aqui no Senado essa proposta não vai passar, ela será derrotada e arquivada”, afirmou.
Hospitalizado
O senador Marcos Rogério esteve internado por problemas gástricos nos últimos dias, mas está se recuperando. Ele é um dos poucos senadores que defende a PEC.
Deu ruim
Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, os conspiradores que torcem e trabalham contra o Brasil nos Estados Unidos murcharam nesta terça-feira após o discurso de Donald Trump na ONU. Eles esperavam ‘uma paulada’ e viram um Trump ‘paz e amor', que chegou a dizer que ‘rolou uma química’ entre ele e o presidente brasileiro Lula da Silva, que fez um discurso duro na abertura da 80º Assembleia Geral das Nações Unidas. Apesar da dupla ‘Pink e Cérebro’ tentar minimizar as falas de Trump, alegando se ‘tratar de uma estratégia', quem entende só um pouquinho de geopolítico sabe bem que se tem uma coisa que Trump não faz é rasgar dinheiro.
E vai apertar
As embaixadas confirmaram que na próxima semana Lula e Trump devem conversar, provavelmente por vídeo ou telefone, mas sem atravessadores, eles devem se entender e chegar a um consenso. Sou capaz de apostar que na mesa, vai rolar o pedido de deportação da trupe de traidores da pátria, talvez eles sejam trocados até pela redução de algumas tarifas de importação.
Falando em discursos
Caso não tenha visto, assista a íntegra do discurso de Lula da Silva na ONU nesta terça-feira:
A espera da janela
Vários políticos aguardam a abertura da janela partidária para trocar de legendas no início de 2026, e pelo andar da carruagem, o União Brasil e Progressistas devem sofrer uma debandada. Vai depender do que a Polícia Federal vai encontrar no rastro das investigações da Operação Carbono Oculto, onde Antônio Rueda e Ciro Nogueira já apareceram. À conferir.
Reapareceu
E quem ‘brotou’ no âmbito da Carbono Oculto foi um velho conhecido da justiça rondoniense, Haroldo Augusto Filho, filho do ex-deputado estadual Haroldo Franklin de Carvalho Augusto dos Santos. Pai e filho foram indiciados (e condenados) em decorrência das investigações da Operação Dominó (2006). Sumido desde então, Haroldinho, como é conhecido, também apareceu nas investigações da Operação Sisamnes, deflagrada pela PF e apura a venda de sentenças judiciais no Mato Grosso, iniciada após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, em dezembro de 2023.
Operação Sisamnes
A Polícia Federal (PF) investiga o empresário Haroldo Augusto Filho por suposto envolvimento na compra de decisões judiciais no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e possíveis tentativas de influência no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A PF concluiu um inquérito que aponta Haroldo como responsável por adquirir sentenças de dois desembargadores mato-grossenses em disputas de posse de terras. Agora, as investigações apuram se ele tentou influenciar decisões no STJ, com base em materiais apreendidos na Operação Sisamnes.
Fource
A empresa de Haroldo, a Fource, atua nos bastidores de disputas fundiárias, contratando advogados, embora não apareça formalmente nos processos.Um dos focos da investigação é a relação de Haroldo com ministros do STJ, como João Otávio de Noronha, que participou de um evento da OAB-MT em abril de 2024, patrocinado pela Fource. Noronha viajou em um avião particular disponibilizado por Haroldo, mas nega irregularidades, afirmando que o voo foi organizado pela OAB-MT e que se declarou suspeito no inquérito relacionado.
STJ
Outro evento da OAB-MT, em 2022, também patrocinado pela Fource, contou com a presença do ministro Marco Buzzi. A PF encontrou mensagens entre Haroldo e Catarina Buzzi, filha do ministro, além de conversas sobre um jantar com Buzzi que não ocorreu. Ambos os ministros negam relação com o empresário. A investigação ganhou força após a análise de diálogos no celular do advogado Roberto Zampieri, que revelaram contatos entre Haroldo, Zampieri e Catarina Buzzi, além de tentativas de organizar encontros com Marco Buzzi. A PF também apura a atuação da Fource em um processo no STJ, relatado por Buzzi e presidido por Noronha, envolvendo um terreno com possível contrato falsificado. Embora os ministros citados não sejam formalmente investigados, a PF analisa se as conexões com Haroldo indicam irregularidades ou apenas tentativas de aproximação. Em agosto de 2024, o CNJ afastou dois desembargadores do TJMT por venda de decisões, reforçando as suspeitas sobre o esquema.
Comissão Europeia nega ligação entre Paracetamol na gravidez e autismo
A Comissão Europeia declarou, em 23 de setembro de 2025, que não há evidências científicas que associem o uso de paracetamol durante a gravidez ao risco de autismo, refutando uma afirmação do presidente dos EUA, Donald Trump. A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) analisou os dados disponíveis e concluiu que não há base para alterar as recomendações atuais sobre o uso do medicamento, considerado seguro para gestantes quando usado corretamente. No Reino Unido, o Serviço Nacional de Saúde (NHS) reforça que o paracetamol é a primeira escolha de analgésico para grávidas, enquanto o Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia também confirma a ausência de relação direta entre o uso prudente do medicamento e problemas no desenvolvimento fetal. A declaração de Trump, que sugeriu uma conexão entre o Tylenol (nome comercial do paracetamol nos EUA) e o aumento de diagnósticos de autismo, foi criticada pela comunidade médica e pela farmacêutica Kenvue, que destacou a falta de embasamento científico. Estudos menores já sugeriram correlações discretas, mas pesquisas de grande escala, como uma conduzida na Suécia com mais de 2 milhões de crianças, não encontraram evidências de causalidade. O aumento nos diagnósticos de autismo, segundo especialistas, está mais relacionado à ampliação dos critérios clínicos e maior acesso a serviços de saúde, e não a fatores como o uso de paracetamol.
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