Carmén Lúcia inicia seu voto na ação da trama golpista; SIGA AO VIVO
"Na presente ação penal pulsa o Brasil que me dói", inicia Cármen Lúcia em seu voto.
"Este tribunal hoje tem para julgar aproximadamente 20 mil processos. Todos os casos submetidos à apreciação desta Casa são importantes", iniciou a ministra.
"O presente caso, o caso mais singelo, que diga respeito a uma única pessoa, exige de cada um de nós, julgadores, a mesma dedicação, a mesma seriedade, a mesma responsabilidade no julgamento. Mais ainda quando se tratam de ações penais, porque nesses julgamentos há de um lado os direitos fundamentais de todas as pessoas", afirmou.
"Para mim, todo processo penal é especialmente difícil. Juridicamente, é uma ação a mais que se apresenta neste processo. Juridicamente, é uma ação penal no qual atos são denunciados como práticas delituosas. Tudo seguindo o devido processo legal. Mas nem por ser tão singela esta equação processual, é simples a atuação do julgador", continuou.
"O que há de inédito, talvez, nessa ação penal, é que nela pulsa o Brasil que dói. A presente ação penal é quase um encontro do Brasil com o seu passado, o seu presente e com o seu futuro", disse Cármen Lúcia.
"Talvez o diferencial mais candente, além do ineditismo do tipo penal, é a circunstância de estarmos a afirmar que a lei é para ser aplicada para todos", afirmou a ministra. "Os fatos que são descritos desde a denúncia e a referência acusatória não foram negados na sua essência. Nossa República tem melancólico histórico, e por isso a importância de cuidar do nosso presente processo."
A ministra passou, então, a falar sobre o histórico democrático do Brasil, destacando as eleições realizadas ao longo do período. "Não foram apenas de rosas esse período. Tivemos dois impeachments de presidentes da República, estudantes foram às ruas, caminhoneiros foram às ruas." Siga abaixo o voto da ministra: