Careca do INSS presta depoimento na CPMI: Esquema de fraudes pode chegar a R$ 6,3 bilhões - SIGA AO VIVO
Investigação avança com oitiva de Antônio Carlos Camilo Antunes, preso por suspeita de propina; operação da PF revela movimentações milionárias e patrimônio oculto
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) marca um capítulo crucial nesta quinta-feira (25), com o depoimento de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. Preso preventivamente desde 12 de setembro na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, o empresário e lobista é apontado como o principal articulador de um esquema de fraudes em benefícios previdenciários, com prejuízos estimados em até R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. A operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em abril, expôs descontos irregulares em aposentadorias e pensões, afetando milhões de segurados vulneráveis.
O depoimento ocorre após uma semana de tensão na comissão. Inicialmente agendado para 15 de setembro, Antunes confirmou presença, mas sua defesa recuou na última hora, levando a CPMI a aprovar a convocação de seis pessoas ligadas ao investigado, incluindo sua esposa, Tânia Carvalho, o filho Romeu Antunes, o sócio Milton Salvador e o ex-diretor financeiro Rubens Oliveira Costa. Costa, inclusive, foi preso em flagrante pela CPMI na semana passada por falso testemunho, após contradizer evidências de repasses milionários em suas declarações. A decisão reflete o esforço da comissão em desmontar a rede de corrupção que envolvia associações civis, call centers e servidores do INSS.
Segundo investigações da PF, autorizadas pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), Antunes atuava como lobista de pelo menos oito entidades, obtendo ilegalmente dados sigilosos de aposentados para viabilizar descontos não autorizados. Empresas ligadas ao investigado captavam associados com assinaturas falsificadas, garantindo repasses de 27,5% sobre os valores descontados diretamente na folha de pagamento do INSS. Em apenas cinco meses, entre 2023 e 2024, ele teria movimentado R$ 24,5 milhões, com repasses de R$ 9,3 milhões a pessoas relacionadas a servidores graduados do órgão, incluindo ex-diretores e o ex-procurador-geral Virgílio Filho. A PF estima que empresas de Antunes receberam R$ 53,5 milhões de associações suspeitas, incluindo R$ 48,1 milhões em descontos indevidos e R$ 5,4 milhões adicionais de firmas conectadas.
Um dos indícios mais graves contra Antunes é o crescimento patrimonial acelerado. Em buscas realizadas em três fases da Operação Sem Desconto, a PF apreendeu 14 veículos de luxo avaliados em R$ 6,3 milhões, com vínculos diretos ou indiretos ao lobista. Há suspeitas de lavagem de dinheiro em movimentações no Brasil e exterior, incluindo a compra de uma casa nos Estados Unidos e planejamento de fuga para o país, detectado por meio de bilhetes de viagem e ameaças a testemunhas. Antunes também é investigado por corromper autoridades com transferências a empresas fantasmas e doações de carros de luxo a familiares de servidores, como os R$ 5 milhões pagos à Curitiba Consultoria, de Thaisa Hoffmann, esposa de Virgílio Filho, sob o pretexto de “consultoria em saúde”.
A decisão de Antunes de comparecer à CPMI veio após a convocação de familiares e sócios, uma estratégia da comissão para pressionar o depoente. No entanto, durante a oitiva, o lobista optou pelo silêncio em diversas perguntas do relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), que o qualificou como “o autor do maior roubo aos aposentados e pensionistas da história do Brasil”.
Antunes negou as acusações, chamando-as de “calúnias” e “narrativa fantasiosa da imprensa”, e se apresentou como um “empreendedor nato” sem ligações com o governo. Ele rejeitou o apelido “Careca do INSS”, afirmando que seu patrimônio resulta exclusivamente de atividades privadas, e recusou responder sobre o “crescimento patrimonial espetacular” registrado em 2004 ou informações prévias sobre a operação policial.
A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) propôs uma acareação entre Antunes e Costa, citando depoimentos que ligam empresas do lobista a repasses suspeitos. Já o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), destacou a expectativa de rastrear o destino dos recursos desviados para devolvê-los aos cofres públicos. O vice-presidente, deputado Duarte Júnior (PSB-MA), reforçou que “os dados das investigações mostram que Antônio Carlos realizou repasses de 9 milhões de reais a servidores do INSS”.
Parlamentares como o deputado Rogério Correia (PT-MG) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) usaram as redes sociais para cobrar transparência, com Correia afirmando que “no governo Bolsonaro roubaram e no governo Lula a quadrilha está sendo presa e o dinheiro devolvido”, enquanto Bolsonaro questionou ligações com o atual governo.
A Operação Sem Desconto, que listou 38 reportagens do portal Metrópoles como base para as investigações, culminou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. Além disso, a CPMI aprovou quebras de sigilo bancário, telemático e fiscal de Antunes, e pode votar, nesta quinta, 30 requerimentos, incluindo a convocação de Rodrigo Moraes, sócio da Arpar, suspeita de lavagem de dinheiro.
Um novo front de apuração envolve a compra de um jet ski de R$ 100 mil com recursos do esquema, com possível elo ao senador Weverton Rocha (PDT-MA).A investigação revela um esquema sofisticado que explorava a fragilidade de aposentados, muitos sem acesso a informações sobre descontos em seus benefícios. A PF continua a rastrear bens ocultos, como o uso de estacionamentos de shoppings em Brasília para esconder patrimônio.
Especialistas em direito previdenciário alertam que o caso pode resultar em indiciamentos por corrupção, lavagem de capitais e formação de quadrilha, com impactos na reforma da fiscalização de associações junto ao INSS.O que você acha dessa rede de fraudes que sonega recursos de quem mais precisa?
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