Candidato da esquerda, Orsi vence eleição presidencial no Uruguai
Com o resultado, a centro-esquerda volta ao poder, após cinco anos da coalizão de centro-direita no poder, liderado pelo presidente Luis Lacalle Pou
Os uruguaios elegeram Yamandú Orsi para assumir presidência do país, neste domingo (24). Com cerca de 53% dos votos, ele ganhou do adversário Álvaro Delgado, Partido Nacional, que lidera a aliança governista.
De acordo com o órgão eleitoral do país, com cerca de 90% das urnas apuradas, Orsi obteve cerca de 49,8% dos votos em comparação aos 45,9% do opositor, neste segundo turno.
Delgado já reconheceu a derrota e parabenizou Orsi pela vitória:
"Hoje os uruguaios definiram quem exercerá a presidência da república e quero enviar, daqui, com toda esta coligação de governo, um grande abraço e saudações a Yamandú Orsi e à Frente Ampla", disse Delgado em sua conta nas redes sociais.
Com o resultado, a centro-esquerda volta ao poder, após cinco anos da coalizão de centro-direita no poder, liderado pelo presidente Luis Lacalle Pou. Com nível de aprovação de 50%, ele não pôde disputar a reeleição, que é proibida constitucionalmente, no país.
Professor de história, Orsi faz parte da coalizão Frente Ampla, ao lado do ex-presidente José Mujica. A disputa ocorreu voto a voto, como previram as pesquisas eleitorais. A votação começou às 08h00 e terminou às 19h30.
O presidente parabenizou Yamandú Orsi antes do resultado oficial das eleições:
"Liguei para Yamandú Orsi para parabenizá-lo como presidente eleito do nosso país e para me colocar sob seu comando e iniciar a transição assim que ele entender que é pertinente", disse o presidente na rede social X.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também parabenizou o futuro presidente uruguaio.
No primeiro turno, em 27 de outubro, o candidato da Frente Ampla foi o mais votado há um mês, com cerca de 43% dos votos. Já Delgado obteve 26%. Essa foi a quarta eleição consecutiva, que os uruguaios elegeram o presidente em segundo turno.
Após as eleições de outubro, a Frente Ampla logrou maioria no Congresso, com 16 das 30 cadeiras no Senado e 50 das 99 cadeiras na Câmara dos Deputados. A coalizão perdeu as eleições em 2020 após três mandatos consecutivos, um deles com Mujica (2010-2015).
Voto é obrigatório no Uruguai
O voto é obrigatório, e todos os maiores de 18 anos habilitados podem participar, sem limite de idade. Nos 19 departamentos que compõem o país houve votação em 7.225 seções eleitorais, localizadas em repartições públicas, instituições de ensino públicas e privadas, clubes sociais, entre outros.
Montevidéu, a capital, onde reside metade dos 3,4 milhões de uruguaios, concentra o maior número de seções eleitorais (2.569), enquanto Flores (oeste) é o departamento com o menor número (63). O próximo presidente do Uruguai assumirá o cargo em 1º de março de 2025 para um mandato de cinco anos.