BTG Pactual propõe incorporação total do Banco Pan: Simplificação estrutural e prêmio atrativo para acionistas
Operação marca o fim da presença do banco na B3 e reaviva memórias de intervenções estatais na história financeira brasileira
O BTG Pactual anunciou, na segunda-feira (13), uma proposta de incorporação total das ações do Banco Pan, operação que retirará a instituição da B3 e consolidará sua integração ao grupo financeiro controlado por André Esteves. A transação, que oferece um prêmio superior a 30% sobre o preço de mercado das ações preferenciais do Pan, é vista como um passo estratégico para otimizar custos e ampliar sinergias, mas também reacende debates sobre o papel do Estado no setor bancário, dada a histórica participação da Caixa Econômica Federal no resgate da instituição.
De acordo com o fato relevante divulgado pelo BTG, os detentores de ações preferenciais (PN) do Banco Pan receberão 0,2128 units do BTG Pactual por papel, o que equivale a um valor aproximado de R$ 10,07 por ação, considerando o fechamento da véspera. A proposta, realizada por meio do Banco Sistema (subsidiária do BTG), ocorrerá em duas etapas: primeiro, a incorporação das ações remanescentes do Pan; em seguida, a fusão com o BTG. O grupo estima convocar uma assembleia geral extraordinária (AGE) em cerca de quatro semanas, com previsão de conclusão da operação ainda em 2025, sujeita a aprovações regulatórias, incluindo do Banco Central e do Cade.
“Diante da existência de sinergias operacionais e estratégicas entre o BTG Pactual e Pan, já divulgada ao longo dos últimos meses, a operação visa a consolidação, em uma única instituição financeira listada, de uma ampla e diversa gama de produtos para diferentes perfis de clientes, com consequente diversificação de portfólio, ganho de escala e eficiência, conferindo benefícios significantes para as companhias e seus acionistas”, afirmou o BTG no comunicado oficial. A incorporação também permitirá a simplificação da estrutura administrativa e societária do grupo, eliminando custos redundantes e facilitando o acesso a capital para planos de expansão, especialmente em tecnologia e crédito consignado, nichos fortes do Pan.
O anúncio gerou imediata reação no mercado: as ações preferenciais do Banco Pan (BPAN4) dispararam até 28% na abertura do pregão desta terça-feira (14), oscilando em alta de cerca de 26% ao longo do dia, refletindo o otimismo dos investidores com o prêmio oferecido. Analistas do UBS BB consideram a operação neutra para o lucro por ação do BTG em 2026, mesmo sem contabilizar sinergias adicionais.
Essa movimentação não é uma surpresa total. Nos últimos meses, especulações sobre uma oferta pública de aquisição (OPA) do Pan pelo BTG ganharam força. Durante a divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2025, o vice-presidente financeiro do BTG, Renato Cohn, sinalizou o interesse condicionado: “Não está decidido, não temos previsibilidade se vamos fazer ou não uma OPA do Pan, depende muito do preço. Estudamos essa possibilidade periodicamente há bastante tempo, mas em nenhum momento tomamos uma decisão de fazer ou não”.
O BTG detém o controle do Banco Pan desde 2011, quando adquiriu 51% das ações ordinárias do Grupo Silvio Santos por R$ 739,3 milhões, em meio à crise provocada por uma fraude contábil de R$ 4,3 bilhões revelada em 2010. Na época, o governo federal interveio via Fundo Garantidor de Créditos (FGC), injetando recursos para evitar a quebra da instituição, e a Caixa Econômica Federal comprou 35% do capital para estabilizá-la. Em 2021, o BTG completou a aquisição da fatia remanescente da Caixa por R$ 3,7 bilhões, assumindo 100% do controle votante.
Fundado em 1963 como Banco Panamericano e adquirido pelo Grupo Silvio Santos em 1969, o Pan evoluiu de uma instituição tradicional para um player digital focado em crédito acessível. O novo CEO do banco, André Luiz Calabro – transferido do BTG em fevereiro de 2025 –, já havia sinalizado maior integração com o acionista controlador, enfatizando investimentos em tecnologia e sinergias operacionais. A operação atual, no entanto, vai além: ela encerra a listagem pública do Pan na B3, onde negociava desde 2011, e pode impactar o ecossistema financeiro brasileiro, especialmente em um contexto de consolidação do setor sob escrutínio regulatório.
Do ponto de vista político, a história do Pan carrega ecos de intervenções estatais e laços partidários. O banco, durante o controle de Silvio Santos – figura influente na mídia e com histórico de doações a campanhas do PT, como R$ 500 mil à reeleição de Lula em 2006 –, foi resgatado em um momento de fragilidade econômica global e transição governamental. A entrada da Caixa, banco estatal, e o subsequente acordo com o BTG destacam como decisões públicas moldaram trajetórias privadas, um tema recorrente em análises sobre o papel do governo no sistema financeiro nacional. Recentemente, postagens em redes sociais, como no X (antigo Twitter), especulam sobre possíveis ramificações regulatórias sob o atual mandato presidencial, com usuários questionando se a aprovação do Cade virá sem entraves.
A transação prevê direito de retirada para acionistas do Pan e detentores de units do BTG, garantindo opções em caso de discordância. Para o mercado, representa uma consolidação que fortalece o BTG como um dos maiores conglomerados financeiros da América Latina, com foco em varejo e investimentos.
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