Brasileiros preveem aumento da polarização nas Eleições de 2026, revela pesquisa do Instituto Ideia
Com o julgamento de Bolsonaro no STF em foco, 38% esperam clima mais dividido e 22% temem reações violentas – um alerta para o futuro político do país
O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) está lançando sombras sobre as eleições presidenciais de 2026, com grande parte dos brasileiros expressando preocupações sobre um ambiente político ainda mais tenso.
De acordo com uma pesquisa inédita do Instituto Ideia, encomendada pela Oficina Consultoria, 38,2% dos entrevistados acreditam que o processo judicial intensificará a polarização no país, enquanto 22% veem um risco maior de reações violentas. Esses dados, coletados em 9 de setembro de 2025, refletem um cenário de incerteza que afeta não só a disputa eleitoral, mas também a confiança na democracia e na economia brasileira.
A pesquisa, realizada com 1.543 pessoas em 563 municípios de todas as regiões do Brasil, destaca que 60,9% da população avalia que o julgamento terá impacto direto nas eleições de 2026. No entanto, apenas 47% acreditam que a decisão do STF trará consequências concretas para suas vidas pessoais ou para o país como um todo. As principais preocupações incluem a economia, citada por 33% dos respondentes, seguida pela polarização política (38,2%), o risco de violência (22%) e a incerteza sobre o papel da Justiça e das instituições (17%).
Esse pessimismo é reforçado por outros indicadores: 32,9% dos brasileiros se declaram menos confiantes no futuro do país, contra 25,3% que se sentem mais esperançosos e 24,5% indiferentes. Para Cila Schulman, CEO do Instituto Ideia, os resultados indicam que o julgamento não está promovendo uma pacificação do cenário político. “Quase 40% acreditam que a polarização vai aumentar. É um dado decisivo, pois mostra que, para boa parte da sociedade, a decisão do STF não cicatriza feridas, apenas as mantém abertas”, analisa ela.
Schulman enfatiza que o processo judicial transcende o passado e afeta a construção de um futuro coletivo: “O julgamento é menos sobre o passado e mais sobre a dificuldade de construir futuro”, resume.
Anistia e impactos econômicos: Uma sociedade dividida
O tema da anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023 divide opiniões: 34,2% dos entrevistados são contrários, 30,7% favoráveis e 35,1% não têm posição formada. Essa divisão ecoa discussões no Congresso Nacional, onde projetos de lei buscam anistiar acusados de crimes contra a democracia, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Tal medida poderia, teoricamente, torná-lo elegível novamente para 2026, apesar de sua inelegibilidade até 2030 determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No entanto, especialistas e ministros do STF consideram esses projetos inconstitucionais, com base em jurisprudência que impede indultos para crimes contra o Estado Democrático de Direito.
Economicamente, 47,4% dos brasileiros percebem que a decisão do STF terá efeitos políticos e econômicos. Ainda assim, o maior temor não reside no julgamento: 58,4% apontam o "tarifaço" imposto pelos Estados Unidos – uma tarifa de importação sobre produtos brasileiros anunciada pelo governo americano – como o principal risco para a economia nacional, contra apenas 11,1% que atribuem essa ameaça à decisão judicial. A instabilidade já impacta o dia a dia: 36% dos respondentes adiaram compras ou investimentos, e no setor empresarial, 27,2% projetam redução em contratações e investimentos nos próximos seis meses, enquanto 26,8% não veem ligação direta com o processo.
Liliane Pinheiro, CEO da Oficina Consultoria, destaca a interseção entre política e economia: “Mais do que acompanhar o julgamento, empresas, líderes e instituições precisam se preparar para atuar em um ambiente em que política e economia estão cada vez mais entrelaçadas e impactam diretamente a confiança da sociedade”, afirma. Essa visão é corroborada por análises recentes em veículos como a CNN Brasil e o Estadão, que apontam que o julgamento pode redefinir alianças partidárias e fortalecer a polarização, beneficiando candidatos moderados ou de terceira via em 2026
Metodologia e contexto mais amplo
A pesquisa do Instituto Ideia foi conduzida por questionários online, com amostra representativa da população adulta brasileira, controlada por gênero, faixa etária e nível socioeconômico, conforme o Censo do IBGE e o Critério Brasil da ABEP. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais, com 95% de confiança. O relatório completo está disponível aqui.
Em um contexto mais amplo, o estudo se alinha a tendências observadas em outras pesquisas recentes. Por exemplo, levantamento do Datafolha de agosto de 2025 revela que 61% dos eleitores rejeitam candidatos que prometam anistiar Bolsonaro e os envolvidos no 8 de janeiro, sinalizando um cansaço com a polarização
Pesquisas como a CNT/MDA de setembro mostram Lula liderando cenários de primeiro turno com 35,8%, à frente de Tarcísio (17,1%), mas com empates técnicos em segundos turnos, reforçando a fragmentação do eleitorado.
O Edelman Trust Barometer de 2023 já posicionava o Brasil como o sétimo país mais polarizado entre 28 analisados, com 78% dos brasileiros sentindo maior fragmentação ideológica.
Palavras-chave: eleições 2026, polarização política, julgamento Bolsonaro, STF, Instituto Ideia, anistia 8 de janeiro, economia Brasil, tarifaço EUA, pesquisa eleitoral.
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