Brasileira trans é torturada em Guantánamo após tentativa de asilo nos EUA
Cabeleireira pagou R$ 70 mil a coiotes e acabou detida na mesma prisão que abriga terroristas da Al-Qaeda; agentes afirmaram que "governo americano não reconhece pessoas trans"
Em um caso chocante que expõe as violações de direitos humanos no sistema prisional americano, a cabeleireira brasileira Tarlis Marcone de Barros Gonçalves, de 28 anos, viveu uma experiência traumática após tentar buscar asilo nos Estados Unidos. Fugindo do Brasil por temer pela própria vida devido à sua identidade de gênero, ela acabou enfrentando uma série de abusos e violações em diferentes centros de detenção americanos, incluindo a famigerada prisão de Guantánamo, em Cuba.
A saga começou em 15 de fevereiro de 2025, quando Tarlis foi detida por agentes de imigração na fronteira entre México e Estados Unidos. Após investir R$ 70 mil pagos a coiotes para a travessia, ela foi inicialmente levada ao Centro de Processamento do Condado de Otero, no Novo México, onde foi forçada a dividir espaço com aproximadamente 50 detentos do sexo masculino.
Sua situação piorou drasticamente quando, após se recusar a assinar uma ordem de deportação, foi transferida sem aviso prévio para Guantánamo - instalação militar americana conhecida mundialmente por abrigar suspeitos de terrorismo. Na prisão cubana, Tarlis foi submetida a condições desumanas:
Foi alojada em um quarto com 5 detentos homens
Sofreu assédio e problemas com falta de privacidade
Era revistada exclusivamente por guardas masculinos
Teve seus pedidos de transferência para área separada negados
Em um dos episódios mais perturbadores, agentes penitenciários chegaram a declarar que "o governo americano não reconhecia a existência de pessoas trans", evidenciando o tratamento discriminatório institucionalizado.
A situação não melhorou quando foi transferida para Pine Prairie, Louisiana, onde passou 17 dias em solitária, com direito a apenas 25 minutos diários de banho de sol. Tarlis também relatou problemas com a quantidade insuficiente de alimentação fornecida aos detentos.
O calvário da brasileira chegou ao fim no início de abril, quando foi finalmente deportada para o Brasil. Seu caso expõe não apenas as dificuldades enfrentadas por imigrantes que buscam asilo nos Estados Unidos, mas principalmente o tratamento desumano direcionado à população trans no sistema prisional americano.
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