Bolsonaro é proibido de se aproximar de embaixadas e usar rede s sociais
Na manhã desta sexta-feira, 18 de julho de 2025, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tornou-se alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A ação, que envolve mandados de busca e apreensão em sua residência em Brasília e na sede do Partido Liberal (PL), marca um novo capítulo nas investigações que apuram supostos crimes de coação no curso do processo, obstrução de justiça e ataque à soberania nacional. As medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, incluem o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e aos finais de semana, proibição de acessar redes sociais e de se comunicar com embaixadores, diplomatas estrangeiros ou outros réus e investigados.
Contexto da Operação
A operação ocorre no âmbito de uma investigação aberta no STF na última sexta-feira, 11 de julho, dois dias após o anúncio de um pacote de tarifas econômicas pelos Estados Unidos, conhecido como “tarifaço”. De acordo com informações da TV Globo, a PF investiga indícios de que Bolsonaro teria agido para dificultar o andamento de processos judiciais relacionados à tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A Procuradoria-Geral da República (PGR) deu parecer favorável à operação, apontando a gravidade das condutas atribuídas ao ex-presidente. Entre os elementos que motivaram a ação, estão suspeitas de risco de fuga do país e tentativas de obstrução de justiça, incluindo possíveis contatos com figuras internacionais, como o ex-presidente norte-americano Donald Trump.
Durante as buscas, a PF apreendeu ao menos US$ 10 mil na residência de Bolsonaro, conforme apurado pelo jornal O Globo. O montante ainda está sendo contabilizado, mas reforça as suspeitas de movimentações financeiras que podem estar ligadas às investigações. A operação também se estendeu à sede do PL, indicando que o escopo das apurações abrange o núcleo político próximo ao ex-presidente.
Medidas Cautelares e Impacto
As medidas impostas pelo STF são consideradas inéditas para um ex-presidente brasileiro. Além do uso de tornozeleira eletrônica, Bolsonaro está sujeito a um recolhimento domiciliar das 19h às 7h, todos os dias, incluindo fins de semana. Ele também foi proibido de acessar redes sociais, uma restrição significativa, considerando sua forte presença digital durante e após seu mandato. A proibição de contato com embaixadores, diplomatas e outros investigados visa evitar interferências no processo judicial, enquanto a restrição de se aproximar de embaixadas reforça preocupações com um possível risco de fuga.
A decisão do STF gerou reações imediatas. Parlamentares da oposição, como o deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), classificaram as medidas como “criminosas e absurdas”, enquanto o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) afirmou que Bolsonaro é “vítima de um sistema que não tolera oposição”. Já deputados da base governista, como Talíria Petrone (PSOL-RJ) e Sâmia Bomfim (PSOL-SP), celebraram a operação, destacando que o ex-presidente “está pagando o preço por ser um traidor da pátria e golpista”.
Repercussão Internacional e Tensão Diplomática
A operação ocorre em um momento de tensão diplomática entre Brasil e Estados Unidos. Na véspera da ação da PF, o ex-presidente Donald Trump publicou uma carta no Truth Social pedindo o “fim imediato” do julgamento de Bolsonaro, o que foi interpretado pelo governo brasileiro como uma tentativa de ingerência. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu, afirmando que “o Brasil é um país soberano e não se submeterá a interferências estrangeiras”. A carta de Trump também gerou debates no Itamaraty e no Congresso, com parlamentares da oposição classificando a pressão como “inaceitável”.
Há, ainda, informações de que Trump e aliados consideram impor sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, incluindo a possibilidade de incluí-lo em listas internacionais de sanções, prática já adotada pelos EUA contra autoridades de outros países. Essa movimentação foi vista por autoridades brasileiras como uma tentativa de chantagem, intensificando o clima de atrito entre os dois países.
Reações nas Redes Sociais
Nas redes sociais, a operação gerou um intenso debate. Usuários favoráveis às medidas compartilharam memes e mensagens celebrando a ação da PF, enquanto apoiadores de Bolsonaro denunciaram o que chamam de “perseguição política”. Um post no X, por exemplo, detalhou as medidas cautelares impostas, incluindo a proibição de comunicação com o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, que tem atuado como porta-voz da família junto à Casa Branca. Outro usuário destacou a operação como um “grande dia” para a justiça brasileira, enquanto publicações de perfis alinhados à oposição classificaram as ações como uma “vergonha internacional”.
Implicações Políticas e Jurídicas
A operação da PF e as medidas impostas pelo STF representam um endurecimento do cerco judicial contra Jair Bolsonaro. A PGR, em um documento de 517 páginas apresentado na última segunda-feira, 14 de julho, pediu a prisão do ex-presidente e de outros sete réus ligados à tentativa de golpe de Estado. O procurador-geral, Paulo Gonet, classificou Bolsonaro como o “principal articulador” de um esquema que envolveu ataques às instituições públicas e ao processo eleitoral, com penas que podem ultrapassar 30 anos de prisão.
O STF deve acelerar o julgamento do caso, com a possibilidade de uma decisão ainda em setembro de 2025. Enquanto isso, o Congresso Nacional acompanha os desdobramentos com atenção, especialmente diante do potencial de reações populares. A base aliada de Bolsonaro, embora enfraquecida, promete mobilizações, enquanto o governo Lula reforça a defesa da independência do Judiciário e da soberania nacional.
Próximos Passos
O futuro de Jair Bolsonaro dependerá de decisões estratégicas, que podem incluir recursos a instâncias internacionais ou negociações políticas nos bastidores. No entanto, com o monitoramento por tornozeleira eletrônica e as amplas restrições impostas, seu campo de atuação está significativamente reduzido. A operação desta sexta-feira não apenas intensifica a pressão jurídica sobre o ex-presidente, mas também coloca em xeque sua influência política em um momento de crescente polarização no Brasil.
O caso segue sob sigilo no STF, mas as informações disponíveis indicam que a PF continuará a coletar provas para embasar a ação penal. Enquanto isso, a sociedade brasileira permanece dividida, com apoiadores e críticos de Bolsonaro expressando suas visões em manifestações, redes sociais e debates públicos.
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