Bolsonaro adia apoio a candidatura de Tarcísio e prioriza estratégia contra prisão iminente pelo STF
Reunião com governador de SP em dezembro discute cenário eleitoral paulista e defesa política, enquanto ata da Primeira Turma oficializa rejeição de recursos na condenação por trama golpista
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não pretende endossar uma candidatura presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), durante encontro marcado para dezembro, conforme aliados e fontes próximas ao bolsonarismo. A visita, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ocorre em meio a um calendário apertado no Judiciário, que avança para a execução da pena de 27 anos e três meses de prisão em regime inicial fechado imposta a Bolsonaro por crimes contra a democracia. Em vez de decisões precipitadas sobre as eleições de 2026, o foco da pauta será o cenário eleitoral em São Paulo e a articulação de um discurso em defesa do ex-mandatário, que pode ser transferido em breve para uma prisão em regime fechado.
A autorização para a visita foi concedida a pedido de Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica há mais de 100 dias, relacionada a outra investigação sobre suposta obstrução de justiça em ação penal envolvendo tentativa de golpe de Estado. O encontro com Tarcísio está agendado para 10 de dezembro, entre 9h e 18h, integrando uma série de visitas de governadores aliados, como Cláudio Castro (PL-RJ), em 26 de novembro, e Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Wilson Derrite (Novo-RS), também em datas próximas. Moraes, relator do caso, liberou as agendas após solicitação da defesa, que enfatizou a necessidade de “diálogo direto” entre as lideranças de direita.
Segundo deputados bolsonaristas consultados por veículos como a CNN Brasil, Bolsonaro deixou claro que só definirá seu apoio na disputa presidencial às vésperas do pleito de 2026, após análise de pesquisas eleitorais e da avaliação do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Não é momento de decisão precipitada”, teria afirmado o ex-presidente a aliados, priorizando uma abordagem cautelosa em um contexto de polarização política. Essa postura anima dirigentes de centro-direita favoráveis a Tarcísio, mas o governador paulista tem reiterado publicamente que seu foco atual é a reeleição em 2026 e que só cogitaria a sucessão ao Palácio do Planalto com “apoio irrestrito” de Bolsonaro.
No interior do Partido Liberal (PL), no entanto, crescem vozes defendendo que Bolsonaro lance o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como candidato à Presidência. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), irmão de Flávio, tem repostado mensagens nas redes sociais sugerindo essa possibilidade, minimizando especulações sobre Tarcísio e afirmando que “haveria outro candidato” na família caso necessário. Flávio, por sua vez, publicou recentemente no Instagram uma foto ao lado de Tarcísio, reafirmando alinhamento político com o governador e o pai, mas sem endossar explicitamente uma candidatura presidencial.
Analistas apontam prós e contras nos favoritos do bolsonarismo: Tarcísio é visto como um nome fresco e moderado, com apelo em São Paulo, enquanto Flávio representa a continuidade do clã, mas carrega desgastes familiares. Paralelamente à articulação política, o ex-presidente concentra esforços em uma estratégia pública contra a prisão iminente. Nesta segunda-feira (17), o STF publicou a ata do julgamento da Primeira Turma, que rejeitou por unanimidade os primeiros embargos de declaração opostos por Bolsonaro e seis aliados contra a condenação por participação na trama golpista de 8 de janeiro de 2023. O relator Alexandre de Moraes, acompanhado dos ministros Cristiano Zanin, Flávio Dino e Cármen Lúcia, negou os recursos, que visavam esclarecer supostas omissões ou contradições na decisão condenatória.
A formalidade oficializa o resultado do julgamento virtual, encerrado na sexta-feira (14), e pavimenta o caminho para a publicação do acórdão – a decisão colegiada escrita com os votos detalhados –, esperada para até terça-feira (18), dada a sucintude dos textos. A partir daí, inicia-se o prazo de cinco dias corridos para novos embargos de declaração, contados em feriados e fins de semana, com adiamento apenas se o último dia cair em sábado ou domingo.
A defesa de Bolsonaro tem dois principais caminhos para protelar a execução da pena: novos embargos de declaração ou embargos infringentes, baseados em divergência de votos – neste caso, apenas o do ministro Luiz Fux, que votou pela absolvição, mas foi transferido em outubro para a Segunda Turma após a aposentadoria de Luís Roberto Barroso.
Jurisprudência do STF, desde o caso do ex-governador Paulo Maluf em 2017, exige pelo menos dois votos divergentes para admitir infringentes, reduzindo as chances de êxito. Caso os novos embargos sejam considerados “meramente protelatórios” por Moraes, uma ordem de prisão poderia ser emitida ainda na última semana de novembro. Alternativamente, um agravo contra a rejeição poderia ser apresentado, exigindo análise da Primeira Turma e consulta à Procuradoria-Geral da República (PGR), mas especialistas veem pouca viabilidade em qualquer recurso, dado o isolamento de Fux e a unanimidade na turma atual.
O local de cumprimento da pena ainda não foi definido pelo STF. Uma opção em estudo é uma ala especial no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, reservada a policiais militares presos e segregada dos demais detentos, alinhada à jurisprudência que garante cela especial a ex-presidentes, mesmo em presídios de segurança máxima. Outras possibilidades incluem instalação em edifício da Polícia Federal ou unidade militar. A defesa, no entanto, prepara pedido de prisão domiciliar por motivos humanitários, citando problemas de saúde de Bolsonaro, como distúrbios cutâneos e sequelas da facada sofrida na barriga durante a campanha de 2018.
Precedente recente é o do ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL), que obteve regime domiciliar após uma semana preso, devido a Parkinson e distúrbios de humor. Essa conjuntura judicial sela um declínio político de Bolsonaro, como analisado por colunistas, com o bolsonarismo fragmentado entre lealdades familiares e alianças regionais.
No X (antigo Twitter), debates sobre o tema ganham tração, com posts questionando o calendário da prisão e a viabilidade de recursos, refletindo a polarização entre apoiadores que veem perseguição e críticos que demandam justiça.
Blogs e jornais como O Globo, Estadão e Correio Braziliense destacam que, independentemente dos recursos, o avanço inexorável do processo reforça a narrativa de responsabilidade em casos de ameaça à democracia.
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