Banco Central abre processo contra executivo do Santander acusado de fraude pelo Itaú
Processo sancionador iniciado em outubro revela tensões no setor bancário, com implicações para a governança corporativa e a confiança dos investidores em um dos maiores mercados da América Latina
O setor bancário brasileiro, pilar da economia nacional e palco de disputas corporativas de alto calibre, enfrenta mais um capítulo de controvérsia com a abertura de um processo sancionador pelo Banco Central do Brasil contra Alexsandro Broedel Lopes, executivo sênior do Santander. A medida, revelada por um documento obtido pelo jornal britânico Financial Times em 5 de dezembro de 2025, decorre de acusações de fraude formuladas pelo Itaú Unibanco, o maior banco privado do país, contra seu ex-diretor financeiro. Broedel, que deixou o Itaú em julho de 2024 após 12 anos na instituição, ingressou no Santander em dezembro do mesmo ano, inicialmente como vice-presidente sênior, com planos de ascensão a cargos estratégicos.
As alegações remontam a uma investigação interna do Itaú, divulgada em dezembro de 2024, que apontou supostas irregularidades em contratos de consultoria firmados entre 2019 e 2024. Segundo o banco, Broedel teria aprovado pessoalmente 40 pareceres contábeis emitidos por uma consultoria externa, da qual ele seria sócio oculto em sociedade com o professor Eliseu Martins, da Universidade de São Paulo.
Os pagamentos totais aos serviços somaram cerca de R$ 10,5 milhões, dos quais aproximadamente R$ 4,86 milhões teriam sido redirecionados para contas pessoais de Broedel por meio de uma empresa intermediária, em 23 transferências bancárias. O Itaú classificou a conduta como uma “grave violação ao Código de Ética da instituição” e um “conflito de interesses em benefício próprio”, notificando o Banco Central e iniciando ações judiciais para recuperação de danos estimados em R$ 3,35 milhões.
Em resposta, o Ministério Público Federal de São Paulo (MPF-SP) instruiu a polícia federal a abrir uma investigação criminal em fevereiro de 2025, por suspeita de apropriação indébita. A apuração segue em andamento, conforme fontes próximas ao caso confirmaram ao Financial Times. Paralelamente, em fevereiro de 2025, a Justiça de São Paulo concedeu liminar ao Itaú para bloquear a venda de uma mansão de R$ 10 milhões pertencente a Broedel, no bairro Cidade Jardim, em São Paulo, visando garantir o pagamento de eventual indenização. A juíza Larissa Gaspar Tunala justificou a medida pela “delicada situação financeira” do executivo, revelada em documentos processuais.
O Banco Central, responsável pela supervisão do sistema financeiro nacional, iniciou o processo administrativo em outubro de 2025, com base nas denúncias do Itaú e nas evidências preliminares do MPF. Órgão regulador que atua quando há indícios de violações legais ou normativas, o BC pode impor sanções como multas, inabilitação para funções em instituições financeiras ou advertências públicas, caso irregularidades sejam confirmadas após análise da defesa e contraditório.
No entanto, um porta-voz de Broedel enfatizou que “a abertura de um processo sancionador administrativo pelo Banco Central do Brasil não implica, por si só, qualquer presunção de responsabilidade”, argumentando que o procedimento se baseia em “alegações não comprovadas do Itaú Unibanco” e que o executivo apresentará defesa completa.
Do lado do Santander, o caso representa um dilema corporativo. O banco espanhol, o mais valioso da zona do euro e com o Brasil como seu principal mercado — gerando € 6,3 bilhões em lucro líquido entre janeiro e setembro de 2025, superando qualquer outro país de sua rede global —, planejava nomear Broedel como chief accounting officer (contador-chefe) e membro do comitê de gestão sênior no início de 2025.
As acusações, que surgiram após sua contratação, levaram à revisão da indicação em junho de 2025, quando o Santander optou por promover internamente Manuel Preto para o cargo.
Broedel, no entanto, foi realocado para vice-presidente executivo do grupo de estratégia em setembro de 2025, em uma função descrita por fontes próximas como “não crítica”. O banco justificou a manutenção do contrato alegando dever de honrar o acordo, uma vez que as denúncias “permanecem apenas como alegações”, e Broedel havia passado nos testes de idoneidade do Banco Central Europeu (BCE) antes da controvérsia.
O Santander não se pronunciou sobre o processo do BC, mas fontes indicam que a investigação não altera substancialmente a situação atual do executivo.
Broedel, por sua vez, nega veementemente as acusações e move ações judiciais paralelas contra o Itaú, buscando indenização por danos morais e materiais estimados em R$ 15,4 milhões, referentes a bônus e remunerações não pagos de 2024 e anos anteriores. Em julho de 2025, ele qualificou as denúncias como um “assassinato profissional” motivado por “despeito” à sua migração para um concorrente, afirmando que o Itaú sempre soube de sua sociedade com Martins e que os serviços geraram benefícios fiscais ao banco, como redução de tributos via teses contábeis aprovadas.
Um porta-voz do executivo reforçou: “Alexsandro Broedel nega veementemente todas as acusações feitas contra ele pelo Itaú Unibanco e iniciou processos judiciais separados contra o Itaú, buscando indenização por danos decorrentes de sua conduta”.
Essa saga não é isolada no histórico do Santander. Em 2018, o banco revogou uma oferta de emprego ao executivo italiano Andrea Orcel, desencadeando uma batalha judicial multimilionária que se arrasta até hoje, opondo Orcel à presidente-executiva Ana Botín em uma disputa pública sobre governança e contratações de alto perfil.
No Brasil, o caso Broedel destaca vulnerabilidades na due diligence de recrutamentos internacionais, especialmente em um mercado onde o Itaú e o Santander competem ferozmente por talentos e market share. Nas redes sociais, como o X (antigo Twitter), o tema ganhou tração em 2025, com postagens de veículos como @infomoney e @Metropoles repercutindo as atualizações judiciais e gerando debates sobre ética corporativa no setor financeiro.
O desfecho do processo do Banco Central, esperado após o trâmite completo, pode influenciar não apenas a carreira de Broedel — professor doutor em Contabilidade e Finanças pela Manchester Business School, com passagens pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) —, mas também as práticas de compliance em bancos globais operando no Brasil. Enquanto isso, o episódio reforça a necessidade de transparência em contratações executivas, em um contexto de crescente escrutínio regulatório.
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