Auditores-Fiscais intensificam greve após 176 dias sem proposta concreta do Governo
“Sindifisco Mobiliza” reuniu 750 Auditores-Fiscais para discutir negociações com o Ministério da Gestão e da Inovação, enquanto categoria promete endurecer paralisação
Na manhã desta sexta-feira (16), cerca de 750 Auditores-Fiscais da Receita Federal participaram do evento virtual “Sindifisco Mobiliza”, promovido pelo Sindifisco Nacional e transmitido ao vivo pela TV Sindifisco.
O webinar, realizado via Zoom, marcou um momento crucial na luta da categoria, que está em greve há mais de cinco meses, totalizando 176 dias de mobilização. Com a presença da Direção Nacional, do Comando Nacional de Mobilização (CNM) e da Mesa Diretora do Conselho de Delegados Sindicais (CDS), o encontro discutiu os rumos das negociações com o Ministério da Gestão e da Inovação (MGI), iniciadas oficialmente na última terça-feira (14).
O presidente do Sindifisco Nacional, Auditor-Fiscal Dão Real, destacou a importância da mobilização para a abertura do diálogo com o governo. “Finalmente conseguimos demover a resistência para a abertura da negociação da nossa pauta. Estamos em uma fase decisiva da nossa luta, que exige foco e engajamento de cada um de nós. A nossa greve foi determinante para a abertura das negociações”, afirmou. A fala reflete a determinação da categoria, que enfrenta um cenário de frustração após o MGI apresentar, na reunião do dia 14, apenas uma premissa genérica para as negociações, sem uma proposta técnica ou financeira detalhada.
Reivindicações e impasse com o Governo
Durante o encontro com o MGI, o Sindifisco Nacional entregou a pauta de reivindicações da categoria, que inclui demandas específicas relacionadas às condições de trabalho e à estrutura remuneratória dos Auditores-Fiscais. No entanto, a resposta do governo foi considerada insuficiente, limitando-se a vincular a remuneração total da categoria ao maior subsídio do Poder Executivo Federal.
Em reação, a Direção Nacional, o CNM e a Mesa Diretora do CDS enviaram, na sexta-feira (16), um ofício ao MGI rejeitando a premissa apresentada. O documento critica a proposta por “não considerar as diferenças estruturais entre os modelos remuneratórios distintos, um com parcela variável e outro na modalidade de subsídio”.
No ofício, o sindicato solicita formalmente que o MGI apresente uma proposta técnica e financeira detalhada, que contemple as especificidades da carreira e seja fundamentada em parâmetros justos e sustentáveis. A expectativa da categoria é que uma nova reunião ocorra na próxima semana, conforme sinalizado pelo ministério. A ausência de avanços concretos após mais de 170 dias de greve intensificou a indignação dos Auditores-Fiscais, que prometem acirrar a paralisação nos próximos dias.
Mobilização cresce após medidas do Governo
A mobilização ganhou força nas últimas duas semanas, impulsionada por duas resoluções do Comitê Gestor do Programa de Produtividade (CGPP) que alteraram a metodologia de cálculo do bônus dos Auditores-Fiscais. A medida foi interpretada pela categoria como uma retaliação à greve, o que levou a um endurecimento do movimento. Auditores que ocupam cargos de chefia aderiram à paralisação, as operações nas aduanas foram totalmente suspensas, e um dia de vigília foi realizado nas delegacias sindicais de todo o país.
Durante o “Sindifisco Mobiliza”, o coordenador do CNM, Auditor-Fiscal Marcus Dantas, reforçou a necessidade de intensificar a greve. “A pressa é do governo, nossa luta é até a vitória”, declarou, anunciando reuniões estratégicas com Auditores-Fiscais de setores como aduanas e fiscalização, iniciadas ainda na sexta-feira (16). Dantas também destacou que as negociações não podem ser precipitadas por imposições do MGI, reforçando a determinação da categoria em buscar uma proposta que atenda às suas demandas.
Perspectivas e unidade da categoria
O Auditor-Fiscal Elias Carneiro, presidente da Mesa Diretora do CDS, considerou a abertura das negociações um avanço, mas alertou que a luta está longe de seu ápice. “Vamos nos manter unidos e determinados. O movimento ainda não chegou no auge, mas vai chegar, se o governo não nos atender”, afirmou. Carneiro mencionou a próxima reunião do conselho, marcada para os dias 27 a 29 em Curitiba, onde a categoria espera analisar uma proposta mais concreta do governo.
O “Sindifisco Mobiliza” evidenciou a coesão dos Auditores-Fiscais em sua luta por valorização profissional e condições justas de trabalho. Com a mobilização em ascensão e a promessa de intensificar a greve, a categoria pressiona o governo por respostas rápidas e efetivas. A paralisação, que já impacta significativamente as operações da Receita Federal, pode ganhar ainda mais força caso as negociações não avancem na próxima semana.
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Estão ganhando pra não trabalhar, se quer resolver a greve libera tudo o que está parado pra ver se não fazem acordo em menos de 1 dia…