Aposentados do INSS são vítimas cotidianas do estelionato digital
Por Simone Lopes*
A cada semana, brasileiros são surpreendidos por mensagens que soam como boas notícias: “Você tem um valor a receber do INSS”, “Seu benefício foi liberado”, “Falta apenas o pagamento de uma taxa”. A promessa é sedutora, o tom é convincente — e o golpe, certeiro. O estelionato digital, muitas vezes disfarçado de assessoria jurídica, virou epidemia silenciosa. E não se trata apenas de fraude financeira: o que está em jogo é a dignidade e a confiança de milhares de cidadãos que veem, diante de si, a porta da esperança sendo fechada com violência.
Em uma sociedade cada vez mais digitalizada, o avanço das ferramentas tecnológicas deveria significar maior proteção ao cidadão. No entanto, o que temos visto é a sofisticação de mecanismos de fraude, impulsionados pelo acesso a bases de dados e pelo domínio de técnicas de engenharia social. Os golpistas não são amadores. Eles estudam suas vítimas, dominam o vocabulário jurídico, utilizam nomes reais de advogados, forjam documentos com timbres oficiais e simulam, com perfeição, os ritos de processos previdenciários.
O golpe mais comum hoje envolve a liberação fictícia de valores atrasados de benefícios previdenciários. Os criminosos se valem de um argumento recorrente: o pagamento de uma taxa cartorária, ou de honorários antecipados, para a liberação do montante. É quando o engano se consuma. Pessoas em situação de vulnerabilidade — idosos, doentes crônicos, aposentados —, muitas vezes aguardando há anos por uma decisão judicial, caem no conto da falsa promessa. E pagam. Pagam com dinheiro, com saúde emocional e com a já frágil confiança que ainda nutriam nas instituições.
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