Ambipar na encruzilhada: Negociações intensas com credores para evitar recuperação judicial
Tércio Borlenghi aposta em Auditoria Independente para recuperar confiança e estabilidade financeira
A Ambipar, gigante brasileira de soluções ambientais, vive momentos de tensão financeira que podem culminar em um pedido de recuperação judicial nos próximos dias. Apesar da expectativa de ingressar na Justiça fluminense nesta quarta-feira (15) ou quinta-feira (16), a companhia intensifica negociações com bondholders em busca de um consenso com os demais credores, na tentativa de evitar o processo. Em reuniões recentes, Tércio Borlenghi Junior, controlador da empresa, comprometeu-se a contratar uma auditoria independente para investigar os fatores que levaram à solicitação de medida cautelar, protocolada há três semanas.
Fundada em 2012 e listada na B3 desde 2021, a Ambipar passou por um período de euforia no mercado, com valorização acionária de até 800% em 2024, impulsionada por emissões de green bonds no valor de US$ 400 milhões. No entanto, denúncias de irregularidades, como o uso dos recursos para refinanciar dívidas antigas em vez de projetos ambientais, e contratos questionáveis em territórios indígenas sem concorrência pública, abalaram a confiança dos investidores. A ação da empresa (AMBP3) despencou mais de 90% em valor, enquanto as dívidas acumulam cerca de R$ 15 bilhões.
Fontes próximas às negociações revelam que Borlenghi, que viu sua participação no capital social cair de 73,48% para 67,68% em meio a alegações de vendas irregulares de ações, tem enfatizado a transparência como pilar para uma solução amigável. “A auditoria será crucial para esclarecer os eventos recentes e restaurar a credibilidade”, teria afirmado o controlador em um dos encontros com os detentores de títulos. Paralelamente, bancos credores resistem à mudança de foro para o Rio de Janeiro, alegando manobra para facilitar o pedido de recuperação judicial, o que pode resultar em disputas judiciais em São Paulo ou até ações nos Estados Unidos para intensificar a pressão sobre a companhia.
O episódio da Ambipar reflete um cenário mais amplo de aversão ao risco no mercado de crédito brasileiro, com paralelos em casos como o da Braskem, atolada em dívidas e emissões de COEs problemáticas. Analistas apontam que a espiral de crise se instalou em apenas três semanas, partindo de promessas de estabilidade para uma proximidade inevitável com a recuperação judicial, agravada pelo sumiço de um ex-diretor e contestações do ex-CFO às alegações de irregularidades. No podcast Risco Brasil, especialistas como Tiago Cunha e Leandro Siqueira destacaram o “lado sombrio da Bolsa”, onde fraudes e value traps coexistem, citando a Ambipar como exemplo paradigmático.
Enquanto as tratativas prosseguem, o mercado observa com cautela. Uma decisão judicial sobre o foro competente pode ser o próximo gatilho, definindo se o processo tramitará no Rio ou em São Paulo. Para os credores, a recuperação judicial representa não apenas um mecanismo de proteção, mas um risco de diluição de direitos em um ambiente de alta endividamento.
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