Ambipar entra em recuperação judicial após impasse com bancos e retirada de R$ 500 milhões das contas
Empresa conseguiu apoio de bond holders e debenturistas, mas bancões, com destaque para o Itaú, não aceitaram reestruturação — em liminar de 25 de setembro já havia afastado credores por 30 dias
A Ambipar Participações e Empreendimentos S.A., empresa brasileira com forte atuação em gestão ambiental e serviços de resposta a emergências, protocolou nesta segunda-feira (20 / 10) pedido de recuperação judicial na 3ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro.
Segundo fato relevante divulgado pela companhia, a decisão do conselho de administração foi tomada “em caráter de urgência”, diante de uma crise de caixa e do risco de pagamento acelerado de dívidas que somam cerca de R$ 10,5 bilhões (ou — segundo outra fonte — até R$ 11 bilhões) no grupo.
Tentativas e impasses
Nos últimos dias, a Ambipar buscou evitar recorrer à recuperação judicial. A empresa chegou a assegurar o apoio de detentores de bonds no exterior e de alguns debenturistas no Brasil, na expectativa de negociar um plano de solventação fora dos tribunais. No entanto, esbarrou na resistência de seus bancos credores — com destaque para o Itaú Unibanco S.A. — que se recusaram a aceitar os termos propostos pela companhia.
Na véspera de conseguir, em 25 de setembro, uma medida cautelar da Justiça fluminense que a protegia contra credores por 30 dias — liminar que visava dar fôlego à empresa —, a Ambipar teria “raspado” ou esvaziado contas que mantinha em alguns bancos, como o Banco Santander (S.A.), e um pouco antes zerado sua conta no Itaú. A soma desses recursos que foram movimentados é estimada em cerca de R$ 500 milhões.
Além disso, pouco antes do protocolo da recuperação judicial, a empresa contratou a consultoria Alvarez & Marsal Brasil para assessorar o processo de reorganização, bem como o banco BR Partners Banco de Investimento S.A., que vem auxiliando a companhia nas negociações com os credores desde o início deste mês.
Motivos e contexto da crise
A companhia aponta que a crise foi deflagrada por uma combinação de fatores:
A descoberta de indícios de irregularidades nos contratos de swap cambial firmados pela direção financeira da Ambipar, exigindo garantias adicionais e provocando perdas.
A renúncia abrupta do antigo diretor financeiro — João de Arruda — em meados de setembro, que teria abalado a confiança de investidores e credores.
O acionamento de pedidos de antecipação de vencimento de dívidas por parte de alguns credores, em função do enfraquecimento da governança e da credibilidade da empresa.
Como consequência, as ações da Ambipar vieram sofrendo forte desvalorização — com negociação em torno de R$ 0,58 na B3, ante mais de R$ 10 no final de setembro.
O que muda com a recuperação judicial
Com o ajuizamento, a Ambipar busca preservar suas atividades operacionais, garantir a manutenção dos empregos (são mais de 23 mil, segundo o próprio grupo) e seguir prestando serviços aos setores de óleo & gás, mineração e logística, entre outros.
O processo de recuperação judicial permitirá à empresa suspender execuções e vencimentos antecipados, e negociar seus passivos sob proteção da legislação — no Brasil, da Lei 11.101/2005. O plano de recuperação deverá ser apresentado nos próximos 60 dias, caso a homologação seja deferida.
A operação financeira “pré-recuperação”
Parte da controvérsia envolvendo a Ambipar refere-se à movimentação do seu caixa pouco antes do pedido formal de recuperação. A liminar obtida em 25 de setembro, relatada anteriormente, protegia a empresa contra ações de credores que buscavam acelerar vencimentos — neste contexto, a retirada de aproximadamente R$ 500 milhões das contas bancárias (Santander, Itaú) gerou questionamentos sobre a liquidez real da empresa e a eventual fragilidade da estrutura financeira.
Esses eventos mostram não apenas uma crise de governança e confiança, mas também o descompasso entre o que constava nos balanços e o que de fato era disponível ou imediatamente acessível — tema que tende a chamar atenção de credores, investidores e reguladores.
Impactos esperados
Os credores — desde bancos comerciais até detentores de bonds internacionais — entrarão em uma fase de negociação coletiva para definir os termos do plano de recuperação.
A recuperação judicial da Ambipar pode servir como alerta para o mercado de crédito corporativo no Brasil, particularmente para empresas com alta alavancagem e contratos complexos de derivativos.
A continuidade dos serviços ambientais prestados pela empresa será crucial para evitar impacto em contratos públicos ou privados em setores sensíveis.
O andamento do processo e os desdobramentos da investigação sobre os contratos de swap e a renúncia do CFO podem abrir caminhos para questionamentos regulatórios ou litígios futuros.
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