Alta dos juros nos EUA exige nova postura dos investidores brasileiros
Decisão do Fed aumenta pressão sobre ativos locais e exige mais atenção ao risco cambial
A busca por investimentos internacionais ganhou força nos últimos anos entre os brasileiros, especialmente em direção aos Estados Unidos. Segundo dados da Receita Federal, mais de 816 mil contribuintes declararam possuir bens no exterior em 2023, um crescimento de quase 200% em relação a 2018.
No mesmo período, o volume aplicado fora do país chegou a US$45,18 bilhões, uma alta de 12,5% em comparação ao ano anterior. O movimento reflete uma tendência entre os investidores de diversificar o portfólio em moedas mais valorizadas e em mercados mais estáveis.
Essa inclinação ganha ainda mais relevância diante da decisão do Federal Reserve (Fed) divulgada no último dia 7 de maio, de manter a taxa de juros dos EUA na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano. Embora esperada, a medida reacende o debate sobre a atratividade da renda fixa americana frente à brasileira. A Selic subiu para 14,75% ao ano, mas o diferencial diminuiu. Isso exige dos investidores uma avaliação mais criteriosa do cenário global. “É importante avaliar o perfil de risco e os objetivos financeiros antes de tomar decisões de investimento, considerando tanto o cenário doméstico quanto internacional”, orienta Adriano Murta, especialista em investimentos nos EUA e fundador da M&P Capital Investments.
Nesse contexto, o mercado imobiliário americano surge como uma alternativa estratégica. “Além da segurança jurídica e da previsibilidade econômica dos EUA, imóveis em regiões como Orlando, Miami ou Atlanta oferecem alto potencial de rentabilidade, com valorização e geração de renda passiva em dólar”, afirma Murta. Segundo ele, a procura por casas estruturadas para aluguel por temporada ou longo prazo tem crescido, tanto pelo retorno financeiro quanto pela menor burocracia no processo de compra.
Segundo Adriano, um dos diferenciais mais relevantes está no financiamento. No Brasil, o acesso ao crédito para investidores internacionais possui limitações, já nos EUA, é possível financiar até 70% do valor do imóvel, mesmo sem residência ou green card. No país norte-americano, os juros anuais giram entre 6% e 8% e os prazos para quitação chegam a 30 anos. O sistema estadunidense também dispõe de empresas especializadas chamadas de title companies, que asseguram a legalidade e a fluidez da transação.
A diferença entre os mercados também se manifesta na segurança jurídica e na previsibilidade tributária. O cenário brasileiro é menos estável e apresenta mudanças frequentes nas regras. “Para quem busca uma estratégia sólida de diversificação patrimonial, especialmente em tempos de juros altos e cenário global incerto, investir no mercado imobiliário norte-americano pode ser o próximo passo”, conclui Murta.
*Adriano Murta é o fundador e líder da M&P Capital Investments, especializada em assessoria e consultoria para investimentos no mercado financeiro e imobiliário dos Estados Unidos. Com mais de 20 anos de experiência, Adriano se destaca por sua habilidade em simplificar o processo de investimentos para brasileiros e investidores internacionais, oferecendo soluções personalizadas, eficazes e seguras.