Alsea coloca à venda operações do Burger King na Argentina: Desinvestimento em meio a crise econômica
Grupo Mexicano busca comprador para 118 Lojas no país, sinalizando mais um êxodo de Multinacionais sob o governo Milei
O grupo mexicano Alsea, um dos maiores operadores de restaurantes na América Latina, anunciou a intenção de vender suas operações do Burger King na Argentina, Chile e México – os três países onde detém a licença da marca. A decisão, revelada por fontes próximas à companhia, faz parte de uma estratégia de desinvestimento regional, impulsionada por desafios de rentabilidade no setor de fast food. No caso argentino, isso afeta diretamente 118 lojas da rede, que disputam o mercado com gigantes como McDonald’s e a local Mostaza.
Fundada em 1954 nos Estados Unidos, a Burger King é a segunda maior rede de hambúrgueres do mundo, com mais de 17 mil unidades em mais de 100 países. Na Argentina, a marca chegou em 1989, com a abertura de seu primeiro restaurante no bairro de Belgrano, em Buenos Aires. Em 2017, atingiu o marco de 100 unidades, e hoje opera em províncias como Santa Fe, Córdoba, Corrientes, Neuquén, Mendoza, San Luis, San Juan, Salta, Tucumán e Chaco. A venda está a cargo do banco BBVA, que já sonda potenciais interessados, incluindo fundos de investimento, grupos locais do setor alimentício e operadores internacionais de fast food.
Entre os candidatos em potencial, destacam-se a Desarrolladora Gastronómica S.A. (DGSA), proprietária das pizzarias Kentucky, Sbarro e Chicken Chill; o fundo Inverlat, que gerencia as licenças da Wendy’s e KFC; e o grupo equatoriano Int Food Services, que adquiriu operações da Wendy’s e KFC na Argentina em 2018. Em escala global, a Alsea já concretizou movimentos semelhantes, como a venda de sua operação do Burger King na Espanha ao fundo inglês Cinven, em dezembro de 2024.
Consultada pelo jornal La Nación, a Alsea limitou-se a uma resposta oficial: “A companhia não faz comentários sobre rumores ou especulações de mercado. Toda comunicação oficial é realizada exclusivamente por meio de nossos canais institucionais.” Apesar da venda do Burger King, o grupo mexicano planeja manter presença no país por meio da Starbucks, rede que opera com 133 lojas na Argentina.
Concorrência acirrada e desafios econômicos
O setor de fast food na Argentina enfrenta uma estagnação generalizada nas vendas, agravada pela crise de consumo que afeta a economia como um todo. No segmento de hambúrgueres, a concorrência se intensificou com o boom de hamburguerias artesanais e a expansão de redes de frango frito, como as inspiradas em modelos internacionais. Hoje, o Burger King ocupa o segundo lugar no mercado argentino, atrás do McDonald’s – líder histórico – e empatado com o Mostaza, que se consolidou com preços acessíveis, forte presença em shoppings e rodovias, e expansão para o interior do país.
Um consultor especializado em consumo de massa explica o cenário: “A categoria de hambúrgueres se ‘comoditizou’, e o que antes eram atributos de qualidade ou sabor hoje já não é suficiente diante de concorrentes que inovam com cardápios mais amplos, delivery hiperativo e promoções agressivas”. Essa dinâmica reflete problemas mais amplos: a falta de investimentos da matriz americana da Burger King e a inflação galopante, que corroem a rentabilidade.
Essa movimentação da Alsea se insere em um contexto maior de saída de multinacionais da Argentina sob o governo de Javier Milei. Desde janeiro de 2024, mais de 12 mil pequenas e médias empresas fecharam as portas, enquanto gigantes como Mercedes-Benz, Carrefour, Clorox, Telefónica, ExxonMobil e Procter & Gamble anunciaram desinvestimentos ou fechamentos.
Analistas apontam para uma “desconfiança crescente” no ambiente econômico, com recessão e queda de 50% no mercado de ações em dólares em 2025. A venda do Burger King eleva para pelo menos 16 o número de multinacionais que deixam o país desde a posse de Milei, alimentando debates sobre o impacto das reformas liberais na atração de investimentos estrangeiros.
A Alsea, que opera 377 restaurantes Burger King na região (incluindo México e Chile), busca reestruturar seu portfólio para focar em marcas mais rentáveis, como a própria Starbucks. Enquanto a busca por compradores avança, as operações na Argentina seguem normais, sem interrupções anunciadas aos consumidores.
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