“Ainda Estou Aqui”: pela memória, pela verdade e por justiça às vítimas
Dra. Celeste Leite dos Santos e Dr. Pedro Pereira Gomes*
O País está de volta ao topo da premiação mais prestigiada do cinema internacional. Dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello, "Ainda Estou Aqui" concorre a três estatuetas do Oscar 2025, nas categorias Melhor Atriz, Melhor Filme Internacional, e Melhor Filme - esta última indicação, aliás, inédita para o Brasil.
Impossível não lembrar que, há 26 anos, outra produção nacional, “Central do Brasil", também sob direção de Walter Salles, concorreu na categoria Melhor Filme Internacional e teve a indicação de Fernanda Montenegro, mãe de Fernanda Torres, como Melhor Atriz.
Nos últimos meses, “Ainda Estou Aqui” recebeu mais de 20 prêmios, com direito, entre eles, a um Globo de Ouro, outorgado à Fernanda Torres como Melhor Atriz de Drama - motivo de celebração e de orgulho por parte da nação brasileira. A torcida, agora, é pela consagração, na icônica cerimônia do Oscar, em Los Angeles, nos Estados Unidos.
As conquistas já obtidas são reflexo da produção baseada em fatos reais retratados no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva. O longa conta o drama da família do escritor, após o pai, o ex-deputado Rubens Paiva, ter sido levado para interrogatório por agentes do regime militar e, depois disso, ter “desaparecido”.
Político de oposição nos idos de 1970, Rubens Paiva foi, na verdade, preso, torturado e assassinado pela Ditadura. O corpo nunca foi encontrado, apesar da indiscutível luta de Eunice Paiva, a esposa - que, mais tarde, se tornaria símbolo de ativismo pelos Direitos Humanos. Somente 25 anos depois, em 1996, a certidão de óbito foi emitida e entregue, enfim, à família enlutada e sempre indignada.
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