Agronegócio paulista mantém superávit, mas exportações caem 11,6% em 2025
Saldo da balança comercial atinge US$ 6,72 bilhões, com destaque para café, carnes e suco de laranja, enquanto China e EUA impulsionam importações
O agronegócio paulista demonstrou resiliência no primeiro quadrimestre de 2025, apesar de uma retração de 11,6% nas exportações, que somaram US$ 8,70 bilhões, e um aumento de 6,5% nas importações, totalizando US$ 1,98 bilhão. O saldo da balança comercial do setor atingiu US$ 6,72 bilhões, valor 15,3% inferior ao registrado no mesmo período de 2024, segundo análise do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado.
“Mesmo diante de novos cenários no mercado mundial, o agronegócio paulista conseguiu manter um superávit expressivo. Esse desempenho reafirma a força e a resiliência do setor, que encontrou na alta das exportações de café, carnes e suco de laranja um equilíbrio importante”, destaca Guilherme Piai, secretário de Agricultura e Abastecimento. Ele enfatiza a diversificação dos produtos e a competitividade de São Paulo no mercado global.
Desempenho dos principais produtos
Os cinco principais grupos de produtos exportados pelo agronegócio paulista responderam por 72,7% do total, com destaque para:
Complexo sucroalcooleiro: US$ 2,136 bilhões (24,6%), liderado pelo açúcar (88,7%), mas com queda de 46,2% em relação a 2024.
Carnes: US$ 1,213 bilhão (14%), com a carne bovina representando 82,5% e crescimento de 23,1%.
Sucos: US$ 1,054 bilhão (12,1%), sendo 98,2% suco de laranja, com alta de 35%.
Produtos florestais: US$ 962,48 milhões (11,1%), com celulose (52,3%) e papel (37,9%), mas retração de 3,6%.
Complexo soja: US$ 947,36 milhões (10,9%), com 83,7% de soja em grãos, registrando queda de 4,5%.
O café, sexto colocado, teve crescimento expressivo de 63,7%, alcançando US$ 653,58 milhões, com 73,8% de café verde e 22,9% de café solúvel. “O aumento nas exportações de café reflete a capacidade do setor de atender à crescente demanda global com qualidade”, observa Carlos Nabil Ghobril, coordenador da APTA.
Principais mercados e demanda internacional
A China manteve-se como o principal destino, absorvendo 20,3% das exportações paulistas, com destaque para soja (37%), carnes (26%) e produtos florestais (19%). A União Europeia (15,6%) priorizou sucos (34%) e café (19%), enquanto os Estados Unidos (15,3%) elevaram significativamente as compras de carnes (+93%), produtos florestais (+59%) e café (+9%).
Participação no cenário nacional
No contexto nacional, São Paulo liderou as exportações do agronegócio, com 16,5% do total brasileiro (US$ 52,74 bilhões), à frente de Mato Grosso (16,3%) e Minas Gerais (12,2%). O agronegócio brasileiro registrou superávit de US$ 45,87 bilhões, com crescimento de 1,4% nas exportações e 8% nas importações. “O setor segue sendo o pilar da balança comercial brasileira, compensando déficits de outros segmentos”, aponta o pesquisador José Alberto Ângelo.
Desafios e perspectivas
A retração nas exportações do complexo sucroalcooleiro e soja reflete oscilações de preço e demanda no mercado global, enquanto o aumento das importações sinaliza maior dependência de insumos externos. Apesar disso, a diversificação da pauta exportadora e o fortalecimento de mercados como China e EUA indicam um setor adaptável e competitivo. “São Paulo continua sendo referência no agronegócio, com inovação e sustentabilidade como marcas do nosso trabalho”, conclui Piai.
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