Acordo Mercosul–EFTA é histórico e projeta novos desafios para o Brasil
Pacto cria zona de livre comércio de US$ 4,3 trilhões e levanta debate sobre impactos econômicos, sociais e ambientais
O Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) — formada por Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça — assinaram nesta terça-feira (16), no Rio de Janeiro, um acordo de livre comércio que o governo brasileiro chama de “histórico”. A iniciativa promete abrir mercados e atrair investimentos, mas especialistas alertam que a consolidação desse pacto exige mais que discursos diplomáticos.
Contexto e dados oficiais
Segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o acordo “aproxima os países signatários e reforça a relevância estratégica do Mercosul”. Estimativas do governo apontam impacto positivo de R$ 2,69 bilhões no PIB, R$ 660 milhões em novos investimentos e aumento de R$ 3,34 bilhões em exportações até 2044.
O vice-presidente Geraldo Alckmin celebrou a assinatura como “um triunfo do multilateralismo”, destacando também que o Brasil negocia entendimentos com Emirados Árabes, México e União Europeia. Atualmente, a balança comercial com a EFTA é deficitária: em 2024, o Brasil exportou US$ 3,09 bilhões e importou US$ 4,05 bilhões.
Apesar da celebração oficial, especialistas enxergam riscos de aprofundar velhas fragilidades da economia brasileira. O economista Vitor Vilar observa que “o acordo tende a reforçar a posição do Brasil como exportador de commodities, enquanto o bloco europeu mantém liderança em setores de maior valor agregado”.
Para as pequenas e médias empresas, o desafio é ainda maior. A pesquisadora Carla Aranha, da FGV, avalia que “os custos de adequação a padrões europeus podem excluir justamente quem mais precisa de acesso ao mercado externo”.
A questão ambiental também provoca controvérsia. O governo destaca cláusulas de sustentabilidade, mas entidades como o Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN) alertam que a falta de monitoramento efetivo pode transformar compromissos verdes em letra morta. “Sustentabilidade em acordos internacionais virou protocolo, e não política real”, critica a ambientalista Carolina Burle.
No campo político, o acordo é visto como um recado após os Estados Unidos ampliarem tarifas sobre produtos brasileiros. Para a economista Mônica de Bolle, a assinatura “mostra que o Brasil busca diversificar parceiros e reduzir dependências, embora o peso econômico da EFTA seja limitado”.
O acordo Mercosul–EFTA projeta oportunidades, mas expõe também a necessidade de políticas sólidas para transformar promessa em realidade. Apoio consistente às PMEs, investimentos em inovação e mecanismos sérios de fiscalização ambiental serão decisivos para que o pacto deixe de ser apenas simbólico e se converta em motor de desenvolvimento estratégico.
E você, acredita que o Brasil saberá transformar esse acordo em ganhos reais ou ele será apenas mais um pacto protocolar? Participe nos comentários e compartilhe este conteúdo.
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