"A nação iraniana nunca vai se render", diz líder após aviso dos EUA
Ayatollah Khamenei enfatiza que o Irã não cederá a imposições, seja em guerra ou paz, enquanto tensões com os Estados Unidos escalam
O líder da Revolução Islâmica do Irã, Ayatollah Seyyed Ali Khamenei, emitiu um alerta contundente aos Estados Unidos nesta quarta-feira, 18 de junho de 2025, em resposta às recentes ameaças do presidente norte-americano Donald Trump. Em um pronunciamento televisionado dirigido ao povo iraniano, Khamenei afirmou que o Irã permanecerá firme diante de qualquer imposição, seja em um contexto de guerra ou de paz forçada. “A nação iraniana se mantém firme contra uma guerra imposta, assim como se manterá firme contra uma paz imposta. Esta nação não se renderá a ninguém quando confrontada com imposições”, declarou o líder, reforçando a postura de resistência do país.
As declarações de Khamenei vêm em um momento de crescente tensão entre Teerã e Washington, impulsionado pelas ameaças de Trump contra os programas nuclear e de mísseis do Irã. O presidente norte-americano chegou a afirmar que o Irã deveria “se render incondicionalmente”, enquanto os EUA sinalizam possíveis movimentações para apoiar a agressão israelense contra o Irã. Essa retórica beligerante reacende preocupações sobre uma escalada de conflitos na região, especialmente após meses de atritos envolvendo o programa nuclear iraniano e as negociações para a retomada do acordo nuclear de 2015, conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA).
Contexto das tensões
As tensões entre Irã e Estados Unidos têm raízes profundas, mas ganharam novo fôlego com a saída unilateral dos EUA do JCPOA em 2018, sob a administração Trump, seguida pela reimposição de sanções econômicas severas contra o Irã. Desde então, o Irã intensificou suas atividades de enriquecimento de urânio, o que tem sido interpretado pelo Ocidente como uma ameaça à segurança global. Em resposta, os EUA e Israel mantêm uma postura de pressão máxima, com sanções, ameaças militares e, segundo relatórios, operações cibernéticas e de inteligência contra instalações iranianas.
Recentemente, posts encontrados em redes sociais, como o X, indicam que Khamenei tem reiterado sua desconfiança em relação aos EUA, especialmente no que diz respeito às negociações nucleares. Em abril de 2025, ele declarou: “Somos muito céticos em relação à outra parte, não aceitamos nem confiamos neles, sabemos quem são, mas estamos otimistas quanto às nossas próprias capacidades”. Essa postura reflete a visão do líder iraniano de que o país deve priorizar sua autossuficiência e soberania, independentemente das pressões externas.
Reação iraniana às ameaças
O pronunciamento de Khamenei não é isolado. Em outras ocasiões, ele já havia alertado que qualquer ação hostil dos EUA ou de Israel contra o Irã resultaria em uma “resposta esmagadora”. Em novembro de 2024, por exemplo, ele afirmou que “os inimigos, seja o regime sionista ou os Estados Unidos, definitivamente receberão uma resposta esmagadora ao que estão fazendo contra o Irã e a frente de resistência”. Essa retórica foi reforçada em março de 2025, quando Khamenei destacou que “se os EUA ou qualquer outro país cometer qualquer ato malicioso contra o Irã, eles receberão um golpe severo”.
Além disso, o líder iraniano também respondeu diretamente às declarações de Trump sobre bombardear o Irã caso o país não aceite um novo acordo nuclear. Em um evento em junho de 2025, Khamenei classificou Trump como “descarado” e “grosseiro”, enquanto a multidão, composta por autoridades militares e governamentais, entoava gritos de “Morte aos Estados Unidos”. Esse tom desafiador reflete o sentimento de resistência que permeia o discurso oficial iraniano, especialmente em meio a um cenário de pressão internacional.
Impactos regionais e globais
A escalada verbal entre Irã e EUA tem implicações que vão além do âmbito bilateral. A possibilidade de uma ação militar coordenada entre os EUA e Israel contra o Irã poderia desestabilizar ainda mais o Oriente Médio, uma região já marcada por conflitos prolongados, como a guerra em Gaza e as tensões no Líbano. Analistas apontam que qualquer confronto direto envolveria não apenas o Irã, mas também seus aliados na chamada “Frente de Resistência”, que inclui grupos como o Hezbollah, no Líbano, e milícias no Iraque e na Síria.
Além disso, a questão nuclear permanece no centro do debate. Em junho de 2025, Khamenei rejeitou categoricamente as propostas dos EUA para interromper o enriquecimento de urânio, afirmando que esse processo é “o pilar do tema nuclear do país”. Essa posição dificulta as negociações para a retomada do JCPOA, que enfrenta resistência tanto no Irã quanto em Washington, onde setores políticos veem o acordo como insuficiente para conter as ambições regionais de Teerã.
Cenário interno no Irã
Internamente, as declarações de Khamenei também têm o objetivo de reforçar a coesão nacional em um momento de desafios econômicos e políticos. As sanções impostas pelos EUA têm causado dificuldades significativas para a população iraniana, com inflação elevada e escassez de bens essenciais. Ao adotar um tom firme contra as ameaças externas, o líder busca consolidar o apoio doméstico, mobilizando o sentimento nacionalista e a resistência contra o que o regime descreve como “imperialismo ocidental”.
Perspectivas futuras
O futuro das relações entre Irã e EUA permanece incerto. Enquanto Trump mantém uma postura agressiva, com ameaças de ação militar, o Irã parece determinado a não ceder às pressões. A comunidade internacional, incluindo países como China e Rússia, que mantêm laços estratégicos com Teerã, tem apelado por moderação, mas sem sucesso significativo até o momento. A possibilidade de uma retomada das negociações nucleares parece remota, especialmente diante da retórica beligerante de ambos os lados.
O pronunciamento de Khamenei é um lembrete de que o Irã está preparado para responder a qualquer escalada, seja no campo diplomático ou militar. A comunidade global observa com cautela, ciente de que um erro de cálculo pode ter consequências devastadoras para a estabilidade regional e global.
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