Quando quatro boeings foram sequestrados e arremessados contra alguns dos principais símbolos dos Estados Unidos, em setembro de 2001, uma nova era de incertezas se instalou no mundo. A velocidade e o impacto como tudo aconteceu espetacularizou um drama social sem que uma referência coletiva pudesse ser imediatamente identificada. Não se tratava mais de um conflito entre países, mas de uma ameaça “invisível”, que, instalada em um país sem uma nação (Afeganistão), desequilibrou todo um sistema internacional.
Nessa nova era da hipermodernidade, segundo o filósofo francês Gilles Lipovetsky, todo um vazio existencial paira sobre as instituições tradicionais, destronando diversas visões de mundo e impondo um caos fragmentário, que se reorganiza às bases de um hiperindividualismo narcisista, indiferente e sedutor. Sendo assim, a disputa pelo poder também absorve tais preceitos.
Nos últimos tempos, uma série de acontecimentos mundo afora corroboraram para essa percepção cada vez mais complexa da realidade. Governos e regimes, doravante institucionalizados, passaram a conviver com novos atores e movimentos, que em seus programas buscam rechaçar “tudo aquilo que está aí”. Na mesma medida, as reações institucionais também passaram a transmitir posições excepcionais e radicais em diversas situações.
Nas Américas, as vitórias de Donald Trump abalaram todo um sistema tradicional de transição de poder nos EUA. No México, o Movimento Regeneração Nacional vem promovendo uma série de transformações inéditas no país, que conviveu por décadas com um mesmo partido no poder.
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