Em setembro de 2009, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ser “fantástico” a “primeira vez” que as eleições presidenciais brasileiras não teriam candidatos de direita. Tal discurso foi proferido na sede do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), quando Lula comemorou o fato de não haver melhor conquista democrática do que ter somente partidos de esquerda nas disputas para presidente.
Quinze anos e um mês depois, o cenário se inverteu de forma revolucionária. No início do século XXI, mais de um quarto da população apoiou candidatos de esquerda, chegando a mais de um terço dessa proporção em 2012. Após as Manifestações de Junho de 2013, uma onda conservadora começou a varrer o país. Em dez anos, a proporção de candidatos ligados ao espectro da esquerda e centro-esquerda decaiu para menos de um quinto dos eleitores.
Se antes “A esquerda não teme em dizer o seu nome” (Ed. Três estrelas, 2012), de acordo com o título de um livro escrito pelo filósofo Vladimir Safatle, agora “a esquerda morreu”, segundo o mesmo autor, em entrevista no início de 2024. As explicações para esse novo cenário são inúmeras, mas todas convergem para o fato de que, após 2013, a sociedade brasileira iniciou um processo de distensão no que diz respeito ao papel do Estado no desenvolvimento da cidadania a partir de suas políticas públicas.
Continue a ler com uma experiência gratuita de 7 dias
Subscreva a Painel Político para continuar a ler este post e obtenha 7 dias de acesso gratuito ao arquivo completo de posts.