A campanha Harris - e a falsa aparência de adesão e envolvimento nas pautas da esquerda no mundo
Por Marcos Aurélio Carvalho*
A algumas semanas das eleições norte-americanas, a campanha de Kamala Harris já estava, supostamente, garantindo seu lugar nas lições do marketing digital, pela capacidade de dialogar com o público jovem, na linguagem e nas plataformas em que essa população conversa, bem como pelo destaque de engajamento de seus conteúdos virais, memetizando suas fraquezas e os focos de crítica, no típico humor americano de fazer piada consigo e suas próprias exposições.
Tudo isso, realmente, foi muito bem-sucedido, especialmente diante do desafio de superar o episódio da desistência de Biden do pleito, o que aumentou o nível de confiança da campanha e dos eleitores democratas mais convictos.
Por que, então, uma campanha que parecia tão engajada nas redes não engajou nas urnas? Enquanto até ontem (05.11) falava-se em um empate técnico e uma possível vitória apertada de Trump, também não fazia sentido falar que a campanha de Harris teria fracassado na conversão do engajamento em voto. Mas, hoje, observando-se o resultado, vê-se que os democratas voltam para a casa amargando uma derrota para além das previsões.
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