113 anos da estrada de ferro Madeira-Mamoré: Porto Velho celebra história e aposta no turismo
Um marco histórico e cultural ganha nova vida com projetos de revitalização e identidade visual
A cidade de Porto Velho, capital de Rondônia, viveu um momento de profunda emoção e renovação no dia 1º de agosto de 2025, ao celebrar os 113 anos da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM), um dos maiores símbolos históricos da região amazônica. Em um evento simbólico realizado no Complexo Ferroviário, a Prefeitura Municipal reuniu autoridades, ferroviários, descendentes e entusiastas da história para não apenas homenagear o passado, mas também anunciar projetos que prometem transformar a memória da ferrovia em um motor de desenvolvimento turístico e cultural para a cidade.
Memória viva: a história que pulsa nos trilhos
A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, inaugurada em 1912, foi construída para superar os desafios geográficos da região, conectando Porto Velho a Guajará-Mirim e viabilizando o transporte de borracha durante o Ciclo da Borracha. Conhecida como a "Ferrovia do Diabo" devido às condições extremas de trabalho e às milhares de vidas perdidas durante sua construção, a EFMM é hoje um patrimônio histórico que carrega as marcas de coragem e resistência de gerações passadas.
No evento, a presença de Antônio Moisés Cavalcante, um dos quatro ferroviários vivos entre os mais de 3 mil que trabalharam no auge da ferrovia, trouxe um toque de emoção. Aos 113 anos da EFMM, Moisés, que começou como condutor da litorina em 1982, compartilhou lembranças de uma época de luta e dedicação. "Cada trilho, cada locomotiva, cada apito que ecoava pelas matas era uma parte da nossa vida. Hoje, ver tudo isso sendo lembrado e valorizado, me faz sentir que valeu a pena", declarou, com a voz embargada, conforme registrado no site oficial da Prefeitura de Porto Velho

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Projetos de revitalização: preservando o passado, construindo o futuro
Durante a celebração, a gestão municipal, sob o comando do prefeito Léo Moraes, anunciou uma série de iniciativas voltadas à preservação do patrimônio ferroviário e ao fortalecimento do turismo local. Um dos destaques foi a assinatura do Termo de Fomento com a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), que marca o início da restauração da Locomotiva 18, fabricada há quase 90 anos na Alemanha. Com recursos próprios da Prefeitura, a locomotiva será devolvida aos trilhos, recuperando seu movimento original.
Além disso, foram apresentados projetos de revitalização de áreas históricas, como o Cemitério das Locomotivas e a Candelária, financiados por uma emenda parlamentar de R$ 2,5 milhões do ex-senador Acir Gurgacz. Outras obras anunciadas incluem a reforma do Mercado do Pescado do Cai N’Água e a requalificação da Beira-Rio, com recursos de R$ 7 milhões provenientes de emenda do senador Confúcio Moura.
Nova identidade visual: Porto Velho como destino turístico
Um dos momentos mais marcantes da cerimônia foi o lançamento da nova identidade visual do turismo de Porto Velho, acompanhado de um novo mapa turístico da capital. A iniciativa busca posicionar a cidade como um destino de relevância nacional, valorizando sua riqueza cultural e histórica. Segundo o prefeito Léo Moraes, "turismo é também economia, é oportunidade, é orgulho de ser de Porto Velho". A nova marca foi pensada para conectar passado, presente e futuro, destacando a originalidade da cidade.
Paulo Moraes Júnior, secretário da Secretaria Municipal de Turismo, Esporte e Lazer (Semtel), reforçou a importância do momento: "Estamos devolvendo Porto Velho aos porto-velhenses. Com tantas ações, mostramos que nossa cidade tem muito a oferecer, desde a pesca esportiva até o pôr do sol mais bonito do Brasil". Aleks Palitot, secretário executivo de Turismo, destacou a conexão da ferrovia com a identidade da cidade: "A história da Estrada de Ferro está no hino de Porto Velho, está na nossa alma"
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O impacto no turismo e na economia local
A celebração dos 113 anos da EFMM não é apenas um ato de memória, mas uma estratégia para alavancar o turismo em Rondônia. De acordo com dados do Ministério do Turismo, o setor de turismo cultural e histórico tem crescido no Brasil, especialmente em regiões menos exploradas como a Amazônia. Porto Velho, com sua localização estratégica e riqueza histórica, tem potencial para atrair visitantes nacionais e internacionais.
Uma pesquisa rápida em redes sociais, como o Instagram e o Twitter, revela que a hashtag #MadeiraMamoré tem sido usada por turistas e moradores para compartilhar fotos e histórias relacionadas ao complexo ferroviário. Postagens recentes no perfil oficial da Prefeitura de Porto Velho no Instagram (@prefeiturapvh) mostram imagens do evento e geraram engajamento com comentários positivos sobre a preservação do patrimônio.
Além disso, jornais locais como o Rondoniagora destacaram a importância dos investimentos anunciados. Em uma matéria publicada no dia 2 de agosto de 2025, o portal enfatizou que a restauração de equipamentos históricos, como a Locomotiva 18, pode atrair não apenas turistas, mas também investimentos para a região. O site também mencionou que a requalificação de áreas como a Beira-Rio pode melhorar a infraestrutura urbana, beneficiando a população local.
Um futuro sobre trilhos
Com as ações anunciadas, Porto Velho reafirma seu compromisso com a preservação de sua história e a transformação de seu patrimônio em um ativo para o futuro. A celebração dos 113 anos da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré não foi apenas uma homenagem a homens como Antônio Moisés Cavalcante, mas também um passo concreto para posicionar a cidade como um destino turístico de destaque no Brasil.
Entre locomotivas restauradas, mapas atualizados e uma nova identidade visual, a capital rondoniense mostra que é possível honrar o passado enquanto se constrói um horizonte de desenvolvimento. Como bem disse Daniele Carneiro, superintendente do Complexo da Madeira-Mamoré, "queremos que nossos filhos e netos desfrutem desse patrimônio que é de todos".
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