E-mails de Jeffrey Epstein alegam conhecimento de Trump sobre esquema de abuso
Mensagens inéditas divulgadas por democratas no Congresso reacendem debate sobre a proximidade entre o presidente republicano e o financista condenado por tráfico sexual
Em uma revelação que intensifica o escrutínio sobre as conexões entre Donald Trump e Jeffrey Epstein, democratas do Comitê de Supervisão e Responsabilidade da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos divulgaram, nesta quarta-feira (12), e-mails inéditos do financista condenado por exploração sexual. As mensagens, obtidas como parte de uma investigação contínua sobre a rede de abusos de Epstein, sugerem que o presidente Trump teria passado “horas” na casa do investidor com uma das vítimas e que ele “sabia sobre as meninas” envolvidas no esquema.
Os documentos, liberados pelo membro ranqueado do comitê, o deputado democrata Robert Garcia (Califórnia), foram enviados ao Congresso como parte de uma produção recente de arquivos da herança de Epstein. Eles foram editados para proteger a identidade das vítimas, e não está claro se fazem parte de conversas mais amplas. Epstein, que se suicidou em 2019 enquanto aguardava julgamento por tráfico sexual de menores, trocou as mensagens após o acordo judicial de 2008, que o livrou de acusações federais graves em troca de uma confissão em nível estadual na Flórida.
Em um e-mail de 2011 enviado à socialite Ghislaine Maxwell – ex-namorada de Epstein e condenada em 2021 por cinco acusações relacionadas ao recrutamento de jovens para abusos –, o financista escreveu: “Quero que você perceba que aquele cachorro que não latiu é Trump. [A vítima] passou horas na minha casa com ele, e ele nunca foi mencionado”. Maxwell, que cumpre pena de 20 anos de prisão, respondeu: “Eu tenho pensado nisso...”. A mensagem destaca a ausência de menções públicas a Trump em meio às investigações iniciais sobre Epstein.
Outro e-mail, de 2019, foi dirigido ao escritor Michael Wolff, autor de livros críticos sobre Trump. Nele, Epstein afirmou: “Trump sabia sobre as meninas, pois pediu a Ghislaine que parasse [o esquema]”. Em uma troca adicional, sem data especificada, Epstein consultou Wolff sobre como responder a perguntas da imprensa sobre sua relação com o republicano, especialmente após Trump alegar ter banido Epstein de seu resort Mar-a-Lago por conduta inadequada. Wolff sugeriu uma estratégia: “Acho que você deve deixá-lo se enforcar... Você pode pendurá-lo de uma forma que gere um benefício positivo para você”.
Essas alegações chegam em um momento sensível para a administração Trump. Em julho de 2025, o Departamento de Justiça (DOJ) informou o presidente de que seu nome aparece múltiplas vezes nos arquivos da investigação sobre Epstein, contrariando declarações anteriores de que não havia menções.
A procuradora-geral Pam Bondi, aliada de longa data de Trump, teria alertado o presidente em maio sobre as referências, de acordo com fontes próximas ao DOJ. No entanto, autoridades enfatizam que a mera menção nos registros não implica irregularidades ou envolvimento em crimes; Trump e sua família já haviam sido citados em divulgações anteriores, dada a convivência social com Epstein nos anos 1990 e início dos 2000.
Trump, do Partido Republicano, sempre negou qualquer participação nos crimes de Epstein. Em comunicado recente, sua equipe qualificou as revelações como “mais uma farsa dos democratas”, reiterando que o rompimento com o financista ocorreu após uma disputa por um imóvel em Palm Beach, Flórida, por volta de 2004. A Casa Branca afirma que Trump baniu Epstein de Mar-a-Lago “por ser um creep” (um esquisito), e que não há evidências de que o presidente tenha voado no avião de Epstein ou participado de atividades ilícitas.
O deputado Robert Garcia, em comunicado oficial, criticou a opacidade da administração: “Esses e-mails e correspondências levantam questões gritantes sobre o que mais a Casa Branca está escondendo e sobre a natureza da relação entre Epstein e o presidente”. Garcia, que lidera os democratas no comitê, argumenta que a divulgação reforça a necessidade de transparência total nos arquivos de Epstein, incluindo uma suposta “lista de clientes” que o DOJ e o FBI confirmaram não existir em revisão conjunta de julho. A decisão de manter sigilo inflamou a base trumpista, que exige a liberação integral dos documentos via redes sociais e manifestações.
Nas redes sociais, a notícia gerou repercussão imediata. Perfis como o do jornalista Michael Tracey questionaram as redações excessivas nos e-mails, defendendo a liberação completa dos arquivos para evitar “trechos incendiários” sem contexto. Já ativistas progressistas, como Jon Cooper, ex-líder de campanha de Barack Obama, compartilharam as mensagens para destacar “envolvimento condenatório” de Trump. O The New York Times publicou uma thread interativa com transcrições editadas, ampliando o debate sobre as implicações políticas às vésperas de eleições intermediárias.
O caso Epstein continua a assombrar a política americana, expondo falhas no sistema judicial e laços entre elites. Em 2008, o acordo controverso com procuradores federais, supervisionado pelo então advogado de Epstein Alan Dershowitz (aliado de Trump), permitiu que o financista evitasse prisão federal por 13 meses apenas. Maxwell, condenada por auxiliar nos abusos, apelou da sentença, mas perdeu em instâncias superiores. Investigadores do FBI identificaram pelo menos 50 sobreviventes de abusos, com mais de 20 co-conspiradores potenciais, mas o DOJ de Trump encerrou buscas em 2019, citando falta de evidências adicionais.
Especialistas em direito, como o professor Daniel Richman da Universidade de Columbia, alertam que as revelações, embora não criminosas por si só, erodem a credibilidade do DOJ sob a administração Trump, especialmente após demissões de procuradores como Maurene Comey, que liderou casos contra Epstein e Maxwell.
Juízes federais, como em Florida, negaram pedidos da Casa Branca para divulgar transcrições de grandes júris, priorizando privacidade de vítimas. Essa nova leva de documentos não acusa Trump diretamente de crimes, mas reforça o escrutínio sobre suas associações passadas – incluindo uma ilustração sugestiva assinada para o aniversário de Epstein em 2004 e contribuições para um livro de presentes.
Com o Congresso dividido, democratas pressionam por audiências, enquanto republicanos, como o deputado Thomas Massie (Kentucky), defendem que as liberações seletivas são “politicamente motivadas”. O debate promete dominar o noticiário, testando a resiliência da base de Trump em meio a teorias conspiratórias sobre uma “lista secreta”.
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